Aproveitamentos Hidroagrícolas CCDRC, IP

Apresentação

O Aproveitamento Hidroagrícola da Várzea de Calde situa-se na freguesia de Calde, concelho e distrito de Viseu.

A área abrangida pelo perímetro é de 116 ha, sendo a "área útil" de 107 ha. Tendo em conta a distribuição espacial das áreas a beneficiar e a geomorfologia da zona, dividiu-se o perímetro em 4 blocos de rega.

O bloco A possui uma área potencial de 16,1 ha e uma "área útil" de 12,7 ha, desenvolvendo-se imediatamente a jusante da barragem na ribeira da Várzea. O bloco B compreende os restantes prédios da bacia desta linha de água e possui uma área potencial de 73,0 ha,com uma "área útil" de 58,7 ha. Os blocos C e D distribuem-se ao longo das margens da segunda linha de água, situada a oeste da Várzea. O primeiro situa-se a cotas mais elevadas e possui uma área potencial de 33,5 ha, sendo a "área útil" de 25,2 ha, e o segundo possui uma área potencial de 10,4 ha, sendo a "área útil" de 10,1 ha.

O conjunto de infraestruturas que integram o aproveitamento hidroagrícola compreende uma barragem e respectivas redes de rega, drenagem e viária.

Caracterização edafo-climática

Clima

A insolação média anual é de cerca de 2550 horas e a radiação global média anual varia entre 145 e 150 Kcal/cm2.

O valor médio da temperatura diária é de cerca de 13º C.

O número médio de dias com temperaturas inferiores a 0º C é de 6 a 11 dias por mês e verifica-se nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro. Fora deste período, o número médio de dias com temperaturas mínimas negativas é praticamente nulo.

O número médio de dias com temperatura máxima do ar superior a 25º C é muito pequeno a nulo de Novembro a Abril e atinge os maiores valores de Junho a Setembro, com um valor médio superior a 15 dias.

As amplitudes térmicas anuais, na zona do aproveitamento, são acentuadas e da ordem dos 14º C.

As geadas apresentam alguma incidência, registando-se em média 51 dias com geadas repartidas por 6 meses, geralmente de Novembro a Abril.

A ocorrência de granizo, saraiva e neve não têm significado na zona do perímetro.

A precipitação anual média sobre a zona do aproveitamento é da ordem dos 1220 mm, verificando-se alguma irregularidade na distribuição ao longo do ano.

Assim, pode concluir-se que para o potencial uso agrícola do perímetro os parâmetros climáticos são favoráveis quanto ao regime térmico e pluviométrico, no que diz respeito à pluviosidade total, mas condicionante, quanto à sua distribuição anual. O risco moderado de ocorrência de geadas é medianamente condicionante, enquanto que o risco baixo de ocorrência de granizo e muito baixo de ocorrência de outros meteoros é, respectivamente, medianamente favorável e favorável.

Solos e aptidão ao regadio

O perímetro de rega é constituído por 4 blocos: os blocos A e B em ambas as margens da ribeira da Várzea; e os blocos C e D igualmente nas margens de uma segunda linha de água, também afluente do rio Vouga, um pouco a jusante da confluência da ribeira da Várzea. A origem dos solos é predominantemente aluvionar, com unidades agrológicas com texturas variando de medianas a grosseiras, declive predominantemente nas classes inferior a 2% e entre 2 a 5%. Os terrenos mais próximos da povoação estão armados em socalcos que se estendem praticamente até à ribeira, sendo os de maiores dimensões no vale central mais próximo do rio Vouga. O risco de erosão dos solos é nulo ou ligeiro, graças à progressiva adaptação dos terrenos ao regadio. A avaliação global do potencial uso agrícola é de grau elevado em 51,8% da área total, médio em 46,4% da área total e baixo em apenas 1,8% da área do perímetro.

Infraestruturas colectivas

O conjunto de infraestruturas que integram o aproveitamento é formado essencialmente, como atrás dissemos, por uma barragem e por redes de rega, de drenagem e viária.

A barragem construída na Ribeira da Várzea, cerca de 2,5 Km a montante da confluência desta ribeira com o rio Vouga, armazena os volumes de água necessários à satisfação das necessidades hídricas dos sistemas culturais previstos e garante ainda o abastecimento público à população da freguesia de Calde.

A rede de rega é constituída por condutas enterradas, com um desenvolvimento total de cerca de 15 Km, com uma rede primária a partir da qual derivam 11 ramais secundários. As tomadas de água, localizam-se nos pontos mais altos da respectiva área dominada, junto das levadas em terra, quando existem, funcionando estas como uma rede de aproximação à parcela. Estão instalados 91 hidrantes, dispersos pelos 4 blocos, equipados com bocas de rega de 5 l/s e reguladores de pressão para 3 Kg/cm2. As caixas de dissipação de energia à saída das bocas de rega, permitem optar entre a rega por gravidade e a rega em baixa pressão.

As bocas de rega permitem adaptação simultânea à rega por aspersão e rega por gravidade.

A rede de drenagem é constituída unicamente pelas linhas de água e valas de enxugo principais, que foram limpas e regularizadas. Foram também construídos 2 aquedutos na Ribeira da Várzea.

Foi ainda beneficiado/restabelecido um caminho de acesso à barragem e órgãos hidráulicos, a partir da aldeia, com pavimento betuminoso, para além de um ramal de acesso à albufeira rede de rega.

Limitações e Potencialidades

O perímetro apresenta algumas especificidades e limitações que podem ter influência no uso técnico e económico dos solos com destaque para:

  • a reduzida dimensão física e económica das explorações agrícolas
  • a estrutura predial actual e perspectiva

A área beneficiada está repartida por 417 proprietários e 1817 prédios. O número médio de prédios por proprietário é de 4,4, sendo a área média, por proprietário, de 2554 m2 e, por prédio, 584 m2. A mobilidade e concentração parcelar apresenta manchas físicas de dificuldade provável diferenciadas: difícil, nos terraços superiores do bloco B, junto à povoação, facilitada, na restante área do bloco B, e muito facilitada nos blocos A, C e D.

Com esta estrutura fundiária, e apesar da densidade razoável da rede viária, persistem 786 prédios encravados.

A análise dos recursos naturais evidencia a existência de condições naturais fortemente favoráveis para a agricultura. O solo é um recurso importante, qualitativa e quantitativamente que importa conservar; o clima comporta algumas condicionantes (distribuição mensal da pluviosidade) que são em grande parte supridas pelas disponibilidades de água para regadio.

A exploração das infraestruturas de rega possibilita um serviço de distribuição de água a pedido, em baixa pressão, sem custos de bombagem.

Neste contexto, visando tirar o máximo partido dos recursos existentes (solos e água) numa óptica de modernização em equilíbrio com as características estruturais do perímetro, o uso agrícola deverá orientar-se segundo 3 eixos de opções produtivas:

  • Eixo 1 - Horticultura orientada no sentido do autoconsumo
  • Eixo 2 - Arvenses e pequenos ruminantes, orientado no sentido de produtos vegetais e animais de qualidade, com valor comercial
  • Eixo 3 - Fruteiras com objectivos mistos (autoconsumo e mercado), com carga de diversidade produtiva e complementaridade de rendimentos

Gestão e exploração

A Junta de Agricultores do Regadio de Várzea de Calde é a entidade responsável pela gestão e exploração do aproveitamento. De acordo com os estatutos, a Junta de Agricultores instituiu um sistema de quotas em função do orçamento da obra. Pelo serviço disponibilizado, todos os beneficiários pagam um montante fixo, quase simbólico, dadas as características das explorações agrícolas. Os regantes pagam a água consumida, de forma indirecta, em função da área regada, uma vez que não existem contadores de caudal. Os não beneficiários pagam uma taxa agravada e os Serviços Municipalizados de Água, Saneamento e Piscinas de Viseu (SMAS) pagam um valor estabelecido no contrato, por unidade de volume. Os montantes são aprovados anualmente em Assembleia Geral Ordinária e na campanha de 2009 vigoraram os seguintes preços:

Montantes campanha 2009
Tipo de custo Valor Escalões
Quota anual 1,00 €  
Custo base da água para  beneficiários 0,003 €/m2  x área total áreas até 2500 m2
Custo adicional 1 custo base + 50% áreas entre 2500 m2 e 5000 m2
Custo adicional 2 custo base + 25% áreas superiores a 5000 m2
Custo da água fora do perímetro 0,010 €/m2  
Custo da água para os SMAS 0,002 €/m3  

A CCDRC, IP assegura o controlo da segurança da barragem, nos termos do Plano de Observação em vigor.

Ficha de caracterização

Várzea de Calde

Localização

Localização
DistritoViseu
ConcelhoViseu
FreguesiaCalde
Região HidrográficaRH4
Bacia hidrográficaRio Vouga
Sub-baciaRibeira da Várzea
Linha de águaRibeira de Calde
Carta Militar 1:25 000 n.ºs167

Dados gerais

Dados gerais
ObjectivoAgricultura, abastecimento urbano e lazer
Ano de conclusão2000
Área total do regadio116 ha
Área útil107 ha
N.º de beneficiários previstos417
N.º de beneficiários actuais135
Adesão ao regadio30%
Ocupação culturalforragens, milho, batata, hortícolas, linho
Origem da águasuperficial
Fornecimento de água às exploraçõesbaixa pressão e gravidade
GestãoJunta de Agricultores do regadio da Várzea de Calde
Sistema tarifáriocomponente fixa (quota) e componente variável (por área regada)

Infraestruturas existentes

Barragem da Várzea de Calde:

  • Altura máx. acima do leito: 33,5 m
  • Desenvolvimento do coroamento: 131 m
  • Capacidade útil da albufeira: 0,585 hm3

Rede de Rega: 14.679 m

Rede de Drenagem: 6.073 m

Rede Viária: 2.600 m

Estudos e obras a executar

Obras de implementação do Sistema de Aviso e Alerta.

Fotos

  • 1

  • 1

  • 1

  • 1

    Albufeira

  • 1

    Barragem

  • 1

  • 1

    Hidrante

  • 1

Documentação

Apresentação

O aproveitamento hidroagrícola da Coutada/Tamujais desenvolve-se ao longo das ribeiras do Lucriz, dos Tamujais e do Prior, abrangendo cerca de 390 ha, no concelho de Vila Velha de Ródão.

O conjunto deinfra-estruturas que integram o aproveitamento hidroagrícola compreende a barragem, ao açude do Retaxo, a estação elevatória e respectivas redes de rega, drenagem e viária.

A gestão do aproveitamento será assegurada pela Junta de Agricultores e beneficiará cerca de 45 agricultores.

Actualmente a barragem encontra-se em fase de primeiro enchimento.

Caracterização edafo-climática

Clima

Atendendo aos registos da estação de Castelo Branco, de acordo com a classificação climática de Koppen, a região é de clima temperado com verões quentes e secos - tipo Csa. À luz da classificação racional de Thornthwaite o clima é subhúmido húmido, 2.º mesotérmico, com deficit grande de água no verão e, eficácia térmica no verão moderada - tipo C2B'2S2B'4. Como acontece em todo o país, existe um desfasamento entre os regimes térmico e pluviométrico; Os meses mais quentes, Julho e Agosto, são os que apresentam menores precipitações.

Solos

Os solos do perímetro de rega são predominantemente de origem aluvionar e coluvionar apresentando as seguintes características:

  • 1/3 da área corresponde a superfícies ocupadas por olival, culturas arvenses e pastagem, suavemente onduladas ou planas, em correspondência com formações sedimentares, S (sedimentos detríticos não consolidados), com declives suaves a moderados (até 6-8%). Por vezes com drenagem imperfeita ou pobre, onde predominam os cambissolos e regossolos
  • 1/4 da área é composta por terraços aluvionares, T, constituídos por formações aluvionares antigas, em geral cascalhentas, em superfícies planas ou plano-convexas, com declives muito suaves (até2-3%), onde domina o olival. A drenagem é moderada e por vezes imperfeita (nos terraços de menor declive e em superfícies côncavas ou plano-côncavas) com predomínio de regossolos, cambissolos e luvissolos
  • 1/5 da área situa-se em fundos de vales das ribeiras principais correspondendo a formações aluvionares recentes, A, constituindo superfícies planas ou plano-côncavas, com declives muito suaves (até 1-2%). Drenagem moderada (por vezes boa) com domínio de olival. A drenagem é pobre ou impedida, com inundações frequentes em períodos chuvosos, ocupadas por culturas arvenses de sequeiro. Predominam os fluvissolos
  • 1/5 da área situa-se em fundos de vales secundários e fundos de encostas adjacentes aos vales principais, de formações coluvionares, B; superfícies plano-côncavas ou côncavas com declives muito suaves a suaves (até 2-4%). Drenagem boa a imperfeita, com domínio de olival ou, imperfeita a pobre, em pastagens ou culturas arvenses, por vezes regadas. Predominam os regossolos e os cambissolos

Ocupação cultural

A cultura dominante no perímetro de rega é olival antigo de sequeiro. A agricultura de regadio praticada actualmente consiste em tabaco ou milho (center-pivot) e olival (rega localizada).

Relativamente à estrutura fundiária, as explorações são de média a grande dimensão. A área média dos prédios beneficiados é superior a 4 ha, sendo frequente existirem prédios contíguos pertencentes ou a ser explorados pelo mesmo proprietário.

Infraestruturas colectivas

Os recursos hídricos a utilizar no Aproveitamento Hidroagrícola da Coutada/Tamujais são provenientes da albufeira da barragem da Coutada, na ribeira do Prior. Através do açude do Retaxo, localizado numa bacia hidrográfica adjacente à bacia da ribeira do Prior, efectua-se o desvio parcial da água para reforço dos recursos hídricos a armazenar na albufeira da barragem da Coutada.

Recursos Hídricos
Precipitação média anual 782 mm
Área da bacia hidrográfica 9,2 km2
Caudais de máxima cheia:
T = 10 anos
T = 1000 anos
 
26,81 m3/s
64,41 m3/s
Volume total ao NPA (Nível de Pleno Armazenamento) 3,9x106 m3
Volume abaixo do Nme (Nível Mínimo de Exploração) 36x103 m3
Volume útil 3,8x106 m3
Área inundada ao NPA 43,6 ha

O açude do Retaxo, em betão, do tipo soleira galgável, com 8 m de altura, 99 m de comprimento e uma capacidade de armazenamento ao nível do NPA de 33x103m3, inundando uma área de 2,2 há, permite o desvio de até cerca de 70% dos escoamentos verificados. O caudal derivado é conduzido através de uma conduta com diâmetro nominal de 800 mm, seguida de uma vala trapezoidal que lança o caudal transportado numa linha de água até à albufeira da barragem da Coutada.

A barragem, com uma altura máxima de 22,5 m, tem um perfil em aterro zonado. O paramento de montante é protegido com enrocamento e o de jusante com terra vegetal.

O descarregador de superfície, em betão, implantado na margem esquerda; com soleira espessa (WES), em posição frontal; canal de descarga rectangular e convergente no 2.º troço, terminando numa estrutura de dissipação de energia por ressalto hidráulico (Bacia tipo III - USBR).

Descarregador de superfície
Precipitação média anual 782 mm
Área da bacia hidrográfica 9,2 km2
Caudais de máxima cheia:
T = 10 anos
T = 1000 anos
 
26,81 m3/s
64,41 m3/s

A torre de tomada de água, em betão, com secção circular, tomada de água do tipo selectivo, com três níveis de captação; com grelhas e válvulas murais motorizadas, accionáveis por comando à distância ou manualmente a partir do nível superior da torre; o acesso a esses comandos é feito através de um passadiço.

A descarga de fundo e a tomada de água funcionam numa conduta comum, fundada sob o aterro da barragem. Tem início na base da torre de tomada de água, terminando numa estrutura de saída que contém a válvula de jacto oco, a derivação da rede de rega, através duma válvula de borboleta e o circuito hidráulico destinado a assegurar a gestão do caudal ecológico.

Imediatamente a jusante da barragem localiza-se a estação elevatória, constituída por um edifício equipado com 3 grupos elevatórios, com capacidade para elevar um caudal de 0,5 m3/s até uma altura manométrica de 65 m.

Os grupos elevatórios irão bombar o caudal para uma conduta de diâmetro 800 mm que já faz parte da rede de rega.

Para protecção do choque hidráulico e garantir o fornecimento de pequenos consumos, foi instalado um reservatório de ar comprimido (RAC), no exterior, junto ao edifício da estação elevatória.

A rede de rega desenvolve-se ao longo das margens das ribeiras do Lucriz, Tamujais e Prior, domina uma área de cerca de 390 ha, e tem aproximadamente 15,5 km de condutas, com diâmetros que variam entre DN 800 e DN 90 mm. Abrange 69 prédios, 79 tomadas de água, 3 ramais de rede de aproximação à parcela e 98 bocas de rega.

A distribuição de água é a pedido e em média pressão, a partir de um sistema elevatório comandado e protegido por uma central hidropneumática, que permite um caudal máximo de 519 l/s.

A pressão a montante das tomadas é no mínimo de 3 bar. As condutas instaladas são de PVC quando o seu diâmetro é menor ou igual a 500 mm(13,7 km), e de betão para diâmetros maiores ou iguais a 600 mm (1,8 km).

A rede de caminhos existentes, com uma extensão aproximada de 15 km, permite dar ligação à barragem, ao açude, aos eixos viários públicos mais importantes, garante um percurso com boas características em cada uma das margens do vale da ribeira do Lucriz, e garantem o acesso até aos prédios beneficiados. Apresentam uma largura média de 4,0 m e uma camada de desgaste em revestimento superficial betuminoso duplo.

A drenagem do perímetro foi assegurada com a implementação de um plano de reabilitação das linhas de água que percorrem toda a zona do aproveitamento, garantindo a circulação de escorrências naturais confinadas aos leitos normais das linhas de água principais, sem extravasarem para os campos adjacentes, e, a melhoria das condições de descarga/circulação entre as redes de drenagem superficial existentes ao nível da parcela e os cursos de água principais (drenagem externa). Actualmente estão regularizadas as principais linhas de água e de correcção torrencial, foi efectuada a limpeza e aumento de secção de vazão das ribeiras, linhas de água secundárias e passagens hidráulicas.

Nas ribeiras dos Tamujais, Prior e Lucriz procedeu-se à remoção de materiais superficiais e vegetação numa extensão de cerca de 5 km. As margens da ribeira do Lucriz também sofreram reperfilamento numa extensão de 2,25 km. Na área envolvente foram abertas e/ou limpas valas de drenagem em cerca de 2 km.

Estimativa de custos de gestão e exploração

A água vai ser distribuída em pressão e a "pedido", estando o sistema de rega preparado para responder automaticamente às variações dos pedidos.

Em relação à taxa de exploração e conservação podemos identificar três componentes principais, nomeadamente, despesas em energia e mão de obra (taxa de exploração) e despesas de conservação e reparação das diversas infra-estruturas (taxa de conservação).

Numa primeira fase considera-se que o funcionamento de todo o sistema seja garantido pela Junta de Agricultores com o apoio da CCDRC, IP. Não se consideram quaisquer encargos. Posteriormente, à medida que aumentar o número de utilizadores, deverá ser ponderado outro tipo de gestão/custos.

De acordo com a estimativa apresentada no Estudo de Viabilidade, e atendendo à influência que a altura manométrica tem nos encargos com a energia, o respectivo consumo foi calculado em função da área efectivamente regada, do consumo médio anual por unidade de rega regada (m3/ha) e da altura manométrica, adaptando os rendimentos para o grupo de bombagem respectivo. Os encargos energéticos resultaram da multiplicação dos consumos de energia por um preço unitário de 15$00/kwh com um custo total anual de 20.700$00/ha ao qual equivale um custo de 3$60 por m3 bombado.

Actualmente, e atendendo a que ainda estão a decorrer os ensaios do sistema de rega (automatismo do sistema elevatório e rede de rega) não é possível considerar valores reais. O custo que é possível obter, função de uma média calculada com base na factura de Setembro/2009 da EDP é de 0,44 €/kwh (564,09 €/1292 kwh), valor que não reflecte os custos reais a considerar para a fase de exploração.

O custo de conservação e reparação anual, segundo o Estudo de Viabilidade foi estimado com base nas seguintes percentagens do valor do investimento:

Custos de conservação e reparação
Descrição %
Barragem e órgãos anexos 0,5
Açude 0,5
Rede de rega em pressão 0,5
Caminhos 0,5
Sistema elevatório 1,5
Regularização de ribeiras e drenagem 1,0

Utilizando o mesmo critério, mas utilizando os valores reais do investimento, obtemos os seguintes encargos:

Custos sobre o valor do investimento
Descrição Investimento (€) % Valor (€)
Barragem e órgãos anexos 3.685.928,95 0,5 18.429,64
Açude 517.251,88 0,5 2.586,26
Rede de rega em pressão 1.152.684,03 0,5 5.763,42
Caminhos 766.936,42 0,5 3.834,68
Sistema elevatório 944.619,74 1,5 14.169,30
Regularização de ribeiras e drenagem 230.655,02 1,0 2.306,55
    Total 47.089,85

Dividindo o valor obtido pela área total do regadio, resulta o valor final de 121 €/ha (47.089,85 €/390ha) para custos anuais de conservação e reparação.

Nesta fase, só podemos considerar os encargos de conservação e reparação como valores finais. Os encargos com mão de obra e energia, que representam uma despesa significativa a suportar pelos regantes, só poderão ser correctamente considerados após o decurso de uma campanha anual de rega, e quando se verificar uma aderência significativa do número de beneficiários.

Ficha de caracterização

Localização

Localização
DistritoCastelo Branco
ConcelhoVila Velha de Ródão
FreguesiaPerais
Região HidrográficaRH5
Bacia hidrográficaRio Tejo
Linha de águaRibeira do Prior, do Lucriz e dos Tamujais
Carta Militar 1:25 000 n.ºs303 - 304 - 314 - 315

Dados gerais

Dados Gerais
ObjectivoAgricultura e lazer
Ano de conclusão2008
Área total do regadio390 ha
Área útil+350 ha
N.º de beneficiários previstos45
Adesão ao regadioEncontra-se em fase de primeiro enchimento
Ocupação culturalforragens, milho, tabaco e olival
Origem da águasuperficial
Fornecimento de água às exploraçõesmédia pressão (> 3 bar) e gravidade
GestãoJunta de Agricultores do regadio colectivo da Coutada
Sistema tarifárioA definir (os hidrantes estão equipados com contadores)

Infraestruturas existentes

Barragem da Coutada:

  • Altura máx. acima do leito: 22,5 m
  • Desenvolvimento do coroamento: 412 m
  • Capacidade útil da albufeira: 3,807 hm3

Rede de Rega: 15,5 Km

Rede de Drenagem: 5,0 Km (limpeza) + 2,25 km (reperfilamento)

Rede Viária: 15,2 km

Documentação

Apresentação

O Aproveitamento Hidroagrícola de Pereiras situa-se na freguesia de Pinheiro de Lafões, concelho de Oliveira de Frades e distrito de Viseu.

Este Aproveitamento teve como objectivo a rega de cerca de 43 ha de terrenos agrícolas localizados em Pereiras, dos quais apenas uma pequena parte era já abrangida por infraestruturas de rega, degradadas e com escassez de água durante o período do Verão.

A Câmara Municipal de Oliveira de Frades promoveu a elaboração de um projecto de uma estrutura para armazenamento da água necessária à rega, aproveitando para isso uma pequena bacia hidrográfica e um local que apresenta uma boa relação entre a dimensão da barragem construída e a capacidade de armazenamento da albufeira. Mais tarde veio a ser complementado com o projecto de uma rede de rega elaborado pelo então IEADR.

Caracterização edafo-climática

Clima

A insolação média anual é de cerca de 2550 horas e a radiação global média anual varia entre 145 e 150 Kcal/cm2.
O valor médio da temperatura diária é de cerca de 13ºC.
O número médio de dias com temperaturas inferiores a 0ºC é de 6 a 11 dias por mês e verifica-se nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro. Fora deste período, o número médio de dias com temperaturas mínimas negativas é praticamente nulo.

O número médio de dias com temperatura máxima do ar superior a 25ºC é muito pequeno a nulo de Novembro a Abril e atinge os maiores valores de Junho a Setembro, com um valor médio superior a 15 dias.

As amplitudes térmicas anuais, na zona do aproveitamento, são acentuadas e da ordem dos 14ºC.
O vento tem direcção predominante dos quadrantes Este e Oeste. O mês de Abril é o que apresenta mais dias com velocidades médias iguais ou superiores a 36 Km/h, mas a média mensal varia entre 4 e 6 Km/h.

As geadas apresentam alguma incidência, registando-se em média 51 dias com geadas repartidas por 6 meses, geralmente de Novembro a Abril.

A ocorrência de granizo, saraiva e neve não têm significado na zona do perímetro.
A precipitação anual média sobre a zona do aproveitamento é da ordem dos 1112 mm, verificando-se alguma irregularidade na distribuição ao longo do ano, sendo em Julho que ocorrem os valores mais baixos e os mais elevados em Dezembro.

Solos e aptidão ao regadio

A área abrangida pelo projecto já era parcialmente regada, por métodos tradicionais, pelo que parte dos terrenos já estavam topograficamente adaptados à rega por gravidade. A distribuição da água faz-se em baixa pressão, aproveitando parte da carga natural existente, resultante da diferença de cotas entre o plano de água da barragem e os terrenos a regar.

A maior parte da área abrangida pela rede de rega corresponde a solos com capacidade de uso da classe Bs, ou seja, com limitações moderadas, riscos de erosão no máximo moderados e susceptíveis de utilização agrícola moderadamente intensiva. Com menos representatividade, aparecem solos da classe Cs, susceptíveis de utilização agrícola pouco intensiva e com limitações acentuadas e, marginalmente, solos das classes Ee e Es, sem aptidão agrícola. Duma forma geral, os solos do perímetro apresentam limitações ao nível radicular.

Infraestruturas colectivas

O conjunto de infraestruturas que integram o aproveitamento é formado essencialmente, como atrás dissemos, por uma barragem e por uma rede de rega. A obra contemplou também a melhoria das condições de drenagem, obtida através da limpeza das principais linhas de drenagem natural.

A barragem construída na Ribeira de Pereiras, tem 15 m de altura máxima acima da fundação e 243 m de desenvolvimento do coroamento. É do tipo estrutural de aterro zonado, com núcleo de material argiloso e maciços estabilizadores constituídos por saibros graníticos. Armazena 120.000 m3, volume de água que permite satisfazer as necessidades hídricas dos sistemas culturais previstos, em cerca de 80% dos anos.

A rede de rega é constituída por condutas enterradas de PVC, com um desenvolvimento total de 3.904 m. Foram instaladas 25 tomadas de água, para baixa pressão, equipadas com limitador de caudal. Sempre que possível, foram localizadas nos pontos de maior cota, de forma a dominarem graviticamente toda a área servida (em média 1,6 ha), junto a caminhos, para serem mais facilmente acessíveis, e nos limites das propriedades, para facilitar o acesso a todos os utilizadores.

Limitações e Potencialidades

A área total do perímetro de rega é de 43 ha, sendo a área útil de 40,9 ha e a área regável em período de ponta de 32,8 ha.

Os métodos de rega continuam a ser por superfície, pois a opção por métodos sob pressão implicaria a construção de uma estação de bombagem, com os consequentes encargos energéticos, dificilmente compensáveis. Acrescem outras limitações de ordem física, como a reduzida dimensão da maioria das parcelas e a sua compartimentação por muros ou linhas de videiras.

A rede de rega assim como as tomadas foram assim dimensionadas para a utilização da rega por superfície, no entanto, a carga natural existente nas tomadas permite o recurso a métodos expeditos de rega, como sejam as mangas plásticas perfuradas, e, nas zonas situadas a cotas mais baixas, é possível a utilização da rega por gota-a-gota ou mini aspersão.

A exploração das infraestruturas de rega possibilita um serviço de distribuição de água, em baixa pressão, sem custos de bombagem, mas com algumas restrições no grau de liberdade de utilização, funcionando por rotação.

Gestão e exploração

A Junta de Agricultores de Pereiras é a entidade responsável pela gestão e exploração do aproveitamento. Para fazer face a algumas das despesas instituiu um sistema de quotas, conforme prevê o seu Regulamento Interno, em função da área regada, uma vez que não existem contadores volumétricos ao nível dos hidrantes. A Junta de Agricultores tem garantido a conservação e o funcionamento da rede de rega, em colaboração com a Câmara Municipal que também tem feito limpezas parciais dos paramentos da barragem. Contudo, a barragem precisa de um conjunto de intervenções, para se adequar às exigências do Regulamento de Segurança de Barragens nomeadamente as seguintes:

  • Demolição do actual descarregador de superfície e construção de um novo descarregador com capacidade de vazão equivalente à de uma cheia com período de retorno de 1000 anos
  • Instalação de um sistema de observação para monitorização dos deslocamentos verticais e horizontais, dos níveis hidrostáticos na fundação e no aterro, dos caudais percolados pela fundação da barragem e da precipitação e nível de água na albufeira
  • Implementação do Plano de Emergência e do Sistema de Aviso e Alerta, que funcionará em caso de acidente ou de cheias extraordinárias

À excepção desta última as restantes medidas correctivas já foram aprovadas e vão ser construídas até 2013, com financiamento do Estado Português e da CE, através do PRODER.

Ficha de caracterização

Foto Pereiras

Localização

Localização
DistritoViseu
ConcelhoOliveira de Frades
FreguesiaPinheiro de Lafões
Região HidrográficaRH4
Bacia hidrográficaRio Vouga
Sub-bacia Rio Águeda
Linha de águaRibeira de Pereiras
Carta Militar 1:25 000 n.ºs176
Coordenadas Hayford-Gauss militares (metros)M = 191276,13 ; P = 415805,69

Dados gerais

Dados gerais
ObjectivoAgricultura
Ano de conclusão1997
Área total do regadio43 ha
Área útil41 ha
N.º de beneficiários previstos36
N.º de beneficiários actuais
Adesão ao regadio75%
Ocupação culturalMilho forragem, pomar e milho grão
Origem da águasuperficial
Fornecimento de água às exploraçõesbaixa pressão e gravidade
GestãoJunta de Agricultores de Pereiras
Sistema tarifárioQuotas, em função da área regada

Infraestruturas existentes

Barragem de Pereiras:

  • Altura máx. acima do leito: 15 m
  • Desenvolvimento do coroamento: 243 m
  • Capacidade útil da albufeira: 0,120 hm3

Rede de Rega: 3.904 m

Estudos e obras a executar

Demolição e reconstrução do Descarregador de Cheias e obras de implementação do Sistema de Observação e do Sistema de Aviso e Alerta.

Fotos

  • 3

  • 3

  • 3

  • 3

  • 3

Documentação

Apresentação

O Aproveitamento Hidroagrícola do Porcão situa-se na freguesia de Vila Nova de Monsarros, concelho de Anadia e distrito de Aveiro.

Este Aproveitamento teve como objectivo aumentar a garantia de fornecimento de água a uma área de cerca de 60 ha de regadio tradicional imperfeito pois, apesar de já ter sido objecto de um melhoria promovida pela Direcção de Serviços Regionais de Hidráulica do Mondego, não satisfazia na maior parte dos anos as necessidades hídricas das culturas durante o período de estio.

As infraestruturas necessárias eram portanto para armazenamento de água e sua adução até ao início da rede de rega já existente. Projectou-se então uma barragem na Ribeira do Porcão, afluente do Rio da Serra, e uma conduta adutora que no seu traçado abastece também uma pequena área a montante da várzea de Monsarros.

Caracterização edafo-climática

Clima

A insolação média anual é de cerca de 2423,9 horas.

O valor médio da temperatura diária é de cerca de 15ºC.

O número de dias com temperatura máxima do ar superior a 25ºC é superior a 90 dias. No Inverno a temperatura mínima média do mês mais frio (geralmente Janeiro) é de cerca de 8ºC.

As amplitudes térmicas apresentam-se superiores no Verão relativamente ao Inverno, variando entre 9,6 ºC em Janeiro e 14,1ºC em Agosto.

O vento tem direcção predominante do quadrante Noroeste (NW). Os meses de Dezembro a Abril são os que apresentam velocidades médias do vento maiores, Os ventos fortes são moderadamente frequentes, soprando com velocidades média superiores a 36 Km/h apenas em 2,1 dias por ano. A velocidade média anual do vento é de 5,5 Km/h.

As geadas apresentam pequena incidência, registando-se em média 17 dias com geadas, com maior frequência nos meses de Janeiro e Dezembro.

A ocorrência de granizo, saraiva e neve não tem significado na zona do perímetro.

A precipitação anual média sobre a zona do aproveitamento é da ordem dos 1104 mm, verificando-se alguma irregularidade na distribuição ao longo do ano, sendo em Julho que ocorrem os valores mais baixos e os mais elevados em Fevereiro.

Solos e aptidão ao regadio

A área abrangida pelo projecto já era, quase totalmente, abrangida pelo regadio tradicional da Várzea de Vila Nova de Monsarros, pelo que os terrenos já estavam topograficamente adaptados à rega por gravidade. Para além disso, a maior parte da área desenvolve-se num vale relativamente largo e plano, com solos profundos e sujeitos a práticas tradicionais de cultivo desde tempos imemoriais. Em termos de classificação da capacidade de uso, a maior parte do vale principal corresponde a solos da classe Bh, ou seja, com limitações moderadas, com riscos de erosão no máximo moderados, susceptíveis de utilização agrícola moderadamente intensiva e com algumas necessidades de drenagem. Marginalmente, e numa parte do vale da ribeira do Porcão, os solos pertencem à classe Ee, ou seja, com limitações muito severas, ou riscos de erosão muito elevados, devido aos declives relativamente acentuados.

Junto à povoação de Algeriz aparecem solos da classe Bs, susceptíveis de utilização agrícola moderadamente intensiva, com algumas limitações ao nível radicular.

Infraestruturas colectivas

A principal origem de água do regadio de Vila Nova de Monsarros, no rio da Serra, é captada através de 3 açudes e distribuída por uma rede de canais revestidos em meias manilhas de betão, de 300 e 400 mm de diâmetro, com um desenvolvimento total superior a 6 Km, e com todas as obras de arte necessárias ao maneio e controlo dos caudais de rega. Este conjunto de infraestruturas integra o regadio tradicional promovido, explorado e gerido pela Junta de Agricultores do regadio de Vila Nova de Monsarros.

Para fazer face à redução das disponibilidades hídricas, a CCDRC, IP (ex: DRAP Centro) correspondendo às expectativas e ao empenhamento dos agricultores e da autarquia, promoveu a construção de uma barragem na ribeira do Porcão, afluente do rio da Serra, com 19 m de altura máxima acima da fundação e 66 m de desenvolvimento do coroamento. A barragem é do tipo estrutural de aterro zonado, com núcleo de material argiloso e maciços estabilizadores constituídos por materiais provenientes do desmonte do maciço gresoso. Armazena 102.000 m3, volume de água que permite suprir as necessidades hídricas dos sistemas culturais praticados, normalmente a partir de meados de Julho, quando deixa de haver caudais suficientes no rio da Serra.

A água captada na albufeira é conduzida através de uma conduta de PVC, de 200 mm de diâmetro, até ao início regadio tradicional, cerca de 3 Km a jusante. Ao longo da conduta adutora existem 14 tomadas de água para rega do pequeno vale da ribeira do Porcão, entre a barragem e o início da várzea de Vila Nova de Monsarros. Foram ainda instaladas 1 ventosa de triplo efeito, 1 descarga de fundo e 3 válvulas de seccionamento.

Limitações e Potencialidades

A área total do perímetro de rega é de 60 ha, repartida por 133 proprietários/regantes.

Uma das principais limitações prende-se com a reduzida dimensão da maioria das parcelas e com a idade média dos agricultores.

Contrariando a tendência nacional de abandono das terras agrícolas, na várzea de Vila Nova de Monsarros a taxa de ocupação dos terrenos ronda os 100%. Produz-se um pouco de tudo, sobretudo o milho regional, feijão, batata, beterraba, forragem e couve.

Apesar das disponibilidades de água para rega, o sistema de distribuição é pouco flexível e exige a presença de um cantoneiro, pois, embora se disponibilize um serviço a pedido, mantém-se no essencial a tradicional partilha de águas.

Gestão e exploração

A Junta de Agricultores do regadio de Vila Nova de Monsarros é a entidade responsável pela gestão e exploração do aproveitamento.

Para fazer face a algumas das despesas, a Junta de Agricultores instituiu um sistema de quotas bienais, em função da área regada, cobrada a todos os proprietários/beneficiários. Os regantes que utilizam água proveniente da barragem do Porcão pagam ainda uma taxa de exploração, por hora de rega, uma vez que não existem contadores volumétricos ao nível das tomadas de água.

A Junta de Agricultores tem garantido a conservação e o funcionamento da rede de rega, bem como as limpezas e mondas nos paramentos, coroamento e sistema de drenagem da barragem, em colaboração com a Câmara Municipal e com a Junta de Freguesia. Reperfilou também o caminho da margem esquerda que permite agora o acesso de máquinas e equipamentos ao coroamento. Contudo, a barragem precisa de um conjunto de intervenções, para se adequar às exigências do Regulamento de Segurança de Barragens nomeadamente as seguintes:

  • Demolições e adaptações do actual descarregador de superfície para passar a dispor de uma capacidade de vazão equivalente à de uma cheia com período de retorno de 1000 anos
  • Instalação de um sistema de observação para monitorização dos deslocamentos verticais e horizontais, dos níveis hidrostáticos na fundação e no aterro, dos caudais percolados pela fundação da barragem e da precipitação e nível de água na albufeira
  • Implementação do Plano de Emergência e do Sistema de Aviso e Alerta, que funcionará em caso de acidente ou de cheias extraordinárias

À excepção desta última as restantes medidas correctivas já foram aprovadas e vão ser construídas até 2013, com financiamento do Estado Português e da CE, através do PRODER.

Ficha de caracterização

Foto Porcão

Localização

Localização
DistritoAveiro
ConcelhoAnadia
FreguesiaVila Nova de Monsarros
Região HidrográficaRH4
Bacia hidrográficaRio Vouga
Sub-baciaRio Cértima
Linha de águaRibeira do Porcão (afluente do Rio da Serra)
Carta Militar 1:25 000 n.ºs208
Coordenadas Hayford-Gauss militares (metros)M = 180345,54; P = 384082,95

Dados gerais

Dados gerais
ObjectivoAgricultura
Ano de conclusão1997
Área total do regadio60 ha
Área útil
N.º de beneficiários previstos235
N.º de beneficiários actuais133
Adesão ao regadio80%
Ocupação culturalMilho, batata e hortícolas
Origem da águasuperficial
Fornecimento de água às exploraçõesgravidade
GestãoJunta de Agricultores de Vila Nova de Monsarros
Sistema tarifárioQuotas, em função da área regada e taxa de exploração por tempo de rega

Infraestruturas existentes

Barragem do Porcão:

  • Altura máx. acima do leito: 19 m
  • Desenvolvimento do coroamento: 66 m
  • Capacidade útil da albufeira: 0,1 hm3

Conduta adutora: 2.000 m

Açudes: 3, no rio da Serra (regadio tradicional)

Rede de Rega: 6.330 m (regadio tradicional)

Estudos e obras a executar

Demolição parcial e reconstrução do Descarregador de Cheias e obras de implementação do Sistema de Observação e do Sistema de Aviso e Alerta.

Fotos

  • 4

    Placa regadio tradicional

  • 4

  • 4

  • 4

  • 4

  • 4

  • 4

  • 4

  • 4

  • 4

Documentação

Apresentação

O aproveitamento hidroagrícola do Açafal localiza-se a cerca de 4 km a Norte de Vila Velha de Ródão, nas imediações da povoação de Tostão, freguesia e concelho de Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco. A barragem e a maior parte das manchas a regar situam-se ao longo da ribeira do Açafal. As restantes áreas beneficiadas localizam-se ao longo das ribeiras do Coxerro e Lucriz.

A ribeira do Açafal, que tem como afluentes as ribeiras do Coxerro e Lucriz, é por sua vez um afluente da margem direita do Rio Tejo, fazendo parte da sua bacia hidrográfica.

A finalidade do aproveitamento é o abastecimento da água necessária para a satisfação das necessidades culturais previstas, com base nas disponibilidades hídricas superficiais da bacia hidrográfica dominada pela secção da barragem. Integram o aproveitamento, uma barragem em aterro construída na ribeira do Açafal, uma rede de rega constituída por dois blocos, Açafal e Lucriz, uma rede viária, e um sistema de drenagem.

A construção do Aproveitamento Hidroagrícola do Açafal foi da responsabilidade da ex-Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior, actualmente integrada na Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Caracterização edafo-climática

Solos

Sob o ponto de vista geológico a área do aproveitamento está incluída no denominado Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico, constituído por bancadas alternantes de xistos e grauvaques com orientação geral NW-SE. Mais concretamente, na zona da barragem e para norte desta a área é caracterizada essencialmente pela ocorrência de xistos. Para sul do local da barragem, na área regada, ocorrem rochas detríticas constituídas por grãos de quartzo e feldspato. No fundo do vale da ribeira do Açafal ocorrem aluviões.

Imediatamente a seguir ao local da barragem, no início do perímetro, o fundo do vale tem uma largura reduzida. Para jusante, o vale alarga, atingindo cerca de 750 m de largura no limite da área regada.

Os solos existentes na área envolvente da barragem e respectiva albufeira são essencialmente derivados do substrato rochoso xistoso, apresentando uma acidez relativamente elevada, e uma espessura muito reduzida. A sua capacidade de uso agrícola é muito reduzida, apresentando na sua maior parte apenas aptidão florestal.

Na planície aluvial da ribeira do Açafal, os solos apresentam boa aptidão agrícola, encontram-se incluídos na Reserva Agrícola Nacional, e constituem o Bloco do Açafal.

Clima

Devido à orientação das serras das Talhadas e do Perdigão (NW-SE), situadas a cerca de 3 km a sudoeste da barragem, verifica-se que contribuem para uma situação de abrigo da área do aproveitamento, face aos fluxos provenientes de Sudoeste. Desta situação resulta um clima continental, temperado (temperatura média anual rondando os 16ºC), seco (humidade do ar às 9 horas inferior a 75%) e moderadamente chuvoso (precipitação anual média de 790 mm).

Os Invernos são frescos, observando-se anualmente, em média, temperaturas inferiores a 0ºC em cerca de 22 dias, descendo a temperatura mínima absoluta para valores da ordem de -5º C.

Os Verões são quentes, ocorrendo anualmente, em média, temperaturas inferiores a 25ºC em cerca de 110 dias, atingindo por vezes a temperatura máxima absoluta de 40º C.

A precipitação anual média é de 790 mm, concentrando-se no período de Outubro a Maio. O mês mais chuvoso é Janeiro (127 mm), verificando-se menores valores no mês de Julho (5 mm em média).

Os rumos dos ventos mais frequentes são Nordeste e Oeste com velocidades médias da ordem dos 8 km/h.

Os nevoeiros ocorrem sobretudo nos meses do Outono, Inverno e Primavera.

A geada verifica-se em média em 45 dias por ano, sobretudo no vale a jusante do local da barragem e durante os meses mais frios.

Considerando como evapotranspiração o processo através do qual a água armazenada no solo e nas plantas é transferida para a atmosfera, e aplicando o método de “Penman modificado”, método utilizado para estimar a evapotranspiração de referência na elaboração dos estudos realizados pela HIDROPROJECTO, a evapotranspiração média anual é de 1.543,2 mm. O mês em que se regista uma evapotranspiração mais elevada é Agosto com um valor médio de 208,86 mm, enquanto que o mês com menor evapotranspiração é Novembro com um valor médio de 55,8 mm

Os valores anuais médios de radiação e insolação e das restantes variáveis climáticas referidas, são favoráveis ao bom desenvolvimento das culturas de Primavera/Verão desde que se verifique a satisfação das necessidades de água das culturas com os meios actualmente disponíveis.

Infraestruturas colectivas

O empreendimento é constituído por uma barragem e respectivos órgãos anexos localizada na ribeira do Açafal, aproximadamente a 4 km a Norte de Vila Velha de Ródão, nas imediações da povoação do Tostão. A barragem cria uma albufeira para armazenamento de água e regularização dos caudais da ribeira do Açafal.

A barragem é de perfil zonado, com cerca de 26 m de altura acima do terreno natural.

O coroamento, à cota 116 m, tem um desenvolvimento de 121 m.

A barragem com a água ao nível de pleno armazenamento (NPA), cria uma albufeira com um volume útil de 1,553 x 106 m3, inundando uma área 20 ha.

O descarregador de cheias desenvolve-se na encosta da margem esquerda. É um descarregador com soleira de controlo em labirinto e estrutura de dissipação de energia em salto de esqui.

A tomada de água é constituída por uma torre de secção circular, com diâmetro interior de 2,00 m, com duas aberturas de tomada de água equipadas com comportas de corrediça. O acesso à torre é feito através de um passadiço.

A rede inicia-se a jusante da barragem do Açafal, onde se faz a transição de diâmetro e material do tubo proveniente da barragem, em aço, para o de ferro fundido. A conduta principal, em ferro fundido com diâmetro de 800 mm e uma extensão de 2.688,40 m, desenvolve-se numa orientação preponderantemente norte-sul, no início da zona central da área agrícola, e depois inflectindo para sudeste e fazendo o resto do percurso junto ao caminho rural. O troço final desta conduta é em PVC, com diâmetro a variar de 400 até 160 mm.

Da conduta principal partem ramais secundários, em PVC, com diâmetros entre 400 e 110 mm e classe de pressão 6kg/cm2. Muitos deles abrangem uma única unidade de rega, caso em que têm no seu início uma válvula de seccionamento e limitador caudal. Vários ramais cruzam as linhas de água existentes, estando devidamente protegidos.

Junto ao caminho rural, nas proximidades da antiga fábrica de cerâmica, existe uma ligação à estação de bombagem que alimenta o Bloco do Lucriz.

A estação elevatória é constituída por dois conjuntos de bombagem. Cada um deles apresenta uma potência de 45 kw, altura manométrica de 37 m.c.a., debitando um caudal de 270 m3/h.

A ligação entre a estação elevatória e o Bloco do Lucriz, é assegurada por uma conduta em PVC com um diâmetro de 400 mm e uma extensão de 1,7 km.

A rede está equipada com tomadas de água (hidrantes), equipamentos de segurança e purga (ventosas, válvulas de descarga e antiarietes), e equipamento de controlo (válvulas de seccionamento e limitadores de caudal).

Em todo o Bloco do Açafal foi melhorada a rede de drenagem tendo-se procedido à abertura, limpeza e regularização de diversas valas de secção variável numa extensão de 5,2 km.

O acesso à barragem é garantido por um caminho rural (3,5 km), que se desenvolve pela zona central do Bloco do Açafal, com início na E.N. 18. A partir deste caminho existe uma rede de caminhos agrícolas (4,8 km) que permitem o acesso à restante área do Bloco do Açafal. O Bloco do Lucriz é servido por caminhos já existentes.

Gestão e exploração

A Junta de Agricultores do Regadio do Açafal é a entidade responsável pela gestão e exploração do aproveitamento, seguindo actualmente o “Regulamento n.º 01/2010 de 27 de Fevereiro”, aprovado pela Assembleia de Agricultores do regadio do Açafal a 27 de Fevereiro de 2010, conforme consta na Acta n.º 2.

A Junta de Agricultores tem garantido a gestão e a exploração do aproveitamento com o apoio do Município de Vila Velha de Ródão e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, I.P. – CCDRC, IP.

Ficha de caracterização

Localização

Localização
DistritoCastelo Branco
ConcelhoVila Velha de Ródão
FreguesiaVila Velha de Ródão
Região HidrográficaRH 5
Bacia HidrográficaRio Tejo
Linha de ÁguaRibeira do Açafal
Carta Militar303 e 314
Latitude39º 41’ 14,68’’ N
Longitude7º 39’ 25,74’’ O

Dados gerais

Dados gerais
PromotorDirecção Regional de Agricultura da Beira Interior
ProjectistaHIDROPROJECTO – Engenharia e Gestão S.A.
ConstrutorConsórcio: - SOARES DA COSTA S.A. e
- CONSTRUÇÕES ANTÓNIO JOAQUIM MAURÍCIO, LDA
Ano de Projecto1998
ObjectivoRega
Ano de conclusão2003
Área do regadio350 ha
N.º de Beneficiários50
Ocupação culturalMilho, sorgo, feijão frade, olival e prados
Origem da águaSuperficial
Área da bacia hidrográfica46,5 km2
Precipitação média anual784 mm
Afluências médias anuais10.557,3 x 103 m3
Caudal de dimensionamento189 m3/s
Período de retorno1000 anos
Fornecimento de água às exploraçõesBloco do Açafal: Baixa pressão (gravítica)
Bloco do Lucriz: Baixa pressão
GestãoJunta de Agricultores do Regadio do Açafal
Sistema tarifárioPor Quotas

Infraestruturas existentes

Barragem:

  • Tipo: Aterro com perfil zonado
  • Altura máxima acima do nível da fundação: 29,90 m
  • Altura acima do terreno natural: 26 m
  • Cota do coroamento: 116 m
  • Comprimento do coroamento: 121 m
  • Largura do coroamento: 7,5 m
  • Inclinação do paramento de montante: 1/2,7 (V/H)
  • Inclinação do paramento de jusante: 1/2,2 (V/H)
  • N.º de banquetas: 1 (cota = 106,00 m; largura = 2,00 m)
  • Volume do corpo da barragem: 138,178 x 103 m3

Albufeira:

  • Área inundada: 20 ha
  • Capacidade (NPA): 1,790 x 106 m3
  • Capacidade útil (NPA): 1,553 x 106 m3
  • Volume morto: 0,237 x 106 m3
  • Nível de Pleno Armazenamento (NPA): 112,60 m
  • Nível de Máxima Cheia (NMC): 114,75 m
  • Nível mínimo de exploração (Nme): 100,00 m

Descarga de fundo e tomada de água:

  • Localização: Central, na zona do antigo leito da ribeira.
  • Tipo: Torre em betão seguida de conduta sob o terreno. O circuito da Descarga de Fundo é comum ao da Tomada de Água até à derivação para o sistema de rega (by-pass). Deste ponto para jusante a conduta da descarga de fundo prolonga-se por um convergente e um pequeno trecho com 350 mm de diâmetro, terminando com uma válvula de jacto oco. A derivação para a rede de rega está equipada com uma válvula de borboleta DN 600 PN 10.
  • Diâmetro interior da torre: 2,00 m
  • Diâmetro da conduta: 700 mm
  • Caudal máximo: 1,5 m3/s
  • Controlo a montante: 2 comportas de corrediça
  • Controle a jusante da descarga de fundo: Válvula de jacto oco DN 350
  • Controle a jusante da tomada de água: Válvula de borboleta DN 600 PN 10

Descarregador de cheias:

  • Localização: Margem esquerda
  • Tipo de soleira: Em labirinto
  • Tipo de controlo: Sem controlo
  • Tipo de descarregador: Canal de encosta
  • Cota da crista da soleira: 112,60 m
  • Desenvolvimento da soleira: 47,30 m
  • Caudal de dimensionamento: 189 m3/s
  • Período de retorno: 1000 anos
  • Caudal de ponta de cheia afluente: 191,5 m3/s
  • Canal de descarga em betão com secção rectangular
  • Dissipação de energia: Salto de esqui

Rede de rega:

  • Área a regar: 350 ha
  • Caudal de projecto: 0,41 m3/s (início da rede)
  • Caudal específico: 1,9 l/s.ha
  • Caudal de maneio mínimo: 15 l/s
    • Bloco do Açafal
      • Rede de Rega:
      • Material: FF (Ferro Fundido)
      • Extensão: 2,7 km
      • Diâmetro: 800 mm
      • Material: PVC
      • Extensão: 5,4 km
      • Diâmetro: 400 a 110 mm
      • Área a regar: 240 ha
      • Unidades de rega: 23
      • Bocas de rega (Hidrantes): 45
    • Bloco do Lucriz
      • Conduta Elevatória:
      • Material: PVC
      • Extensão: 1,7 km
      • Diâmetro: 400 mm
      • Grupos electrobomba: 2
      • Caudal - Q: 270 m3/h
      • Altura manométrica - Hm: 37 m.c.a
      • Potência: 45 kw
      • Área a regar: 110 ha
Açafal - Area regada

Rede Viária:

  • Caminho Rural: 3,5 km
  • Caminhos Agrícolas: 4,8 km

Rede de Drenagem:

  • Abertura, limpeza e regularização de valas de secção variável
  • Extensão: 5,2 km

Documentação

Apresentação

O aproveitamento hidroagrícola da Vermiosa desenvolve-se ao longo da ribeira da Devesa, situa-se na freguesia da Vermiosa, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, distrito da Guarda.

A ribeira da Devesa é um afluente da margem esquerda da Ribeira de Aguiar, cuja bacia hidrográfica se insere na bacia hidrográfica do Rio Douro.

Integram o aproveitamento, uma barragem em aterro construída na ribeira da Devesa, que tem como finalidade fornecer água ao perímetro de rega com 131 ha, constituído por um sistema de rega sob pressão e um sistema de drenagem.

As águas utilizadas na rega são unicamente provenientes das afluências próprias da respectiva bacia hidrográfica.

A construção do Aproveitamento Hidroagrícola da Vermiosa foi da responsabilidade da ex-Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior, actualmente integrada na Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Caracterização edafo-climática

Solos e aptidão ao regadio

Os solos são de textura mediana a grosseira. Na zona mais plana, junto à ribeira, os solos têm profundidade superior a 1 m e a sua textura é franco-arenosa. Nas restantes unidades fisiográficas identificadas verificou-se uma textura franca.

Os solos integrados no perímetro não possuirão, em princípio, profundidade inferior a 0,60 m. Solos com profundidades inferiores a 0,30 m e inclinações superiores a 12 % foram excluídos.

As capacidades de campo determinadas oscilam entre 13,1 e 21,1 % (percentagem em volume), o que demonstra uma variabilidade muito importante. Estes valores correspondem a 57 e 106 mm de capacidade de retenção de água nos 40 cm superficiais. Atendendo ao tipo de rega previsto, rega por aspersão, mesmo os valores mais próximos do limite inferior são aceitáveis.

A porosidade drenável determinada em algumas situações, não pareceu muito satisfatória, provavelmente devido à excessiva compactação.

Em relação às características químicas dos solos integrados no perímetro, verificou-se:

  • O pH dos solos é bastante variável, situando-se predominantemente na zona de acidez ligeira
  • A salinidade é inexistente
  • O teor de matéria orgânica é geralmente baixo, apresentando pontualmente valores ligeiramente mais elevados. Correspondem às zonas mais planas junto à ribeira em que se pratica horticultura e em que há maior aplicação de estrumes

Concluindo, os solos apresentam uma razoável aptidão para o regadio, devendo ter em atenção aspectos como a compactação, a acidez e a natureza fisiográfica. Esta última característica, não sendo considerada ao longo do tempo, poderá favorecer consideravelmente a erosão hídrica dos solos.

Clima

A amplitude térmica anual média é de 11,9 ºC, reflectindo uma forte influência continental. As médias máximas mensais foram registadas durante o mês de Julho e Agosto, com valores de 29,5 e 29ºC. A temperatura mínima mensal registada foi de 0,6 e 1ºC, durante os meses de Dezembro e Janeiro.

A humidade relativa do ar associado à temperatura, à insolação e à velocidade do vento, condiciona a evaporação, influindo igualmente, entre outros aspectos, sobre a ocupação agrícola, uma vez que é um factor de desenvolvimento de pragas e doenças das plantas, e sobre o conforto humano. A variação diária da humidade, atinge valores mais elevados às primeiras horas da manhã, diminuindo ao longo do dia. A temperatura apresenta uma variação inversa à da humidade, apresentando os valores máximos ao fim do dia.

O valor máximo de insolação observa-se nos meses de Julho e Agosto, e o mínimo durante os meses de Janeiro e Dezembro. Na área do perímetro verifica-se uma média anual de cerca de 2530 horas.

Janeiro e Dezembro são os meses em que ocorre maior nebulosidade, cerca de 15 dias. Os valores mínimos de nebulosidade ocorrem em Julho e Agosto, apresentando em média 21 dias de céu descoberto.

A precipitação média anual é de cerca de 600 mm, com valores médios mais elevados nos meses de Janeiro e Fevereiro, e valores mínimos de precipitação nos meses de Julho e Agosto.

A evaporação média anual ronda os 1440 mm, com os valores máximos a serem atingidos nos meses de Julho e Agosto, e os mínimos em Dezembro.

Na área do regadio, a evapotranspiração potencial, que corresponde à quantidade de água necessária para o bom desenvolvimento das plantas no solo, apresenta um valor de 705 mm. A evapotranspiração real, que mede a transferência de água por evaporação e por perda de água para a atmosfera como resultado da transpiração das plantas que existem na superfície, por unidade de área, atinge um valor de 467 mm.

A velocidade média máxima do vento é atingida durante o mês de Março, (17,3 km/h), predominantemente do quadrante sul.

A geada, em média, verifica-se em 60 dias por ano, ocorre entre os meses de Setembro e Maio, com maior incidência nos meses de Novembro e Fevereiro.

O número médio anual de dias de nevoeiro é de 20, ocorrendo especialmente em Dezembro e Janeiro.

Em média, observam-se 2,7 dias por ano com neve, enquanto que os dias com granizo e saraiva não têm significado.

Em termos climatológicos, a zona apresenta valores de precipitação média anual baixos (cerca de 600 mm), enquanto a amplitude térmica anual média é de cerca de 12ºC, reflectindo uma forte influência continental.
Conforme já foi referido, os meses de maior pluviosidade são Janeiro e Fevereiro, predominam ventos soprando de Nordeste e Sudoeste, e ocorrência de geada entre Setembro e Maio.

A conjugação d os factores anteriormente referidos, determina que a área abrangida pelo aproveitamento hidroagrícola apresente um clima de tipo continental, temperado, húmido e moderadamente chuvoso.

Infraestruturas colectivas

Conforme já foi referido, fazem parte do aproveitamento uma barragem de terra, com uma altura de 18 metros e um desenvolvimento ao nível do coroamento de 288 m. A sua dimensão foi determinada tendo em atenção as necessidades hídricas previstas para as culturas a praticar e de forma a garantir o armazenamento de um volume de água com o qual seja possível regar 131 hectares, sem restrições, em ano seco com 70 % de probabilidade de não ser ultrapassado. A bacia hidrográfica, na secção da barragem, tem cerca de 10,9 km2.

Na construção do corpo da barragem houve necessidade de recorrer a exploração de terras, tendo sido utilizados materiais provenientes de zonas de empréstimo previamente seleccionadas, localizadas a noroeste e sudeste da barragem.

A barragem tem uma albufeira, que ao nível de pleno armazenamento, inunda uma área de cerca de 48,9 hectares, com uma altura média de água de 4,6 metros e uma capacidade de armazenamento de 2,25 milhões de metros cúbicos.

Os órgãos anexos da barragem incluem um descarregador de cheias e uma descarga de fundo, que coincide com o circuito hidráulico da tomada de água.

Um dos acessos à barragem faz-se pela margem direita da ribeira por caminhos já existentes. Em alternativa, também se pode aceder à barragem pelos caminhos existentes na rede de rega.

Os caminhos do perímetro de rega são essencialmente caminhos já existentes melhorados. Os caminhos adaptados têm uma extensão de 1990 metros, e os caminhos novos construídos têm 990 metros, perfazendo um total de 2980 metros.

A água armazenada na albufeira é captada e encaminhada para a rede de rega, basicamente constituída por três componentes: rede primária, estação elevatória e rede secundária.

A rede primária, com uma extensão de 1231 metros, conduz a água entre a barragem e a estação elevatória, utilizando uma conduta enterrada em PEAD e com 560 mm de diâmetro, dimensionada para transportar até 350 l/s.
A estação elevatória, localizada na zona central do perímetro, é constituída genericamente, por um edifício principal com dois pisos, e dois anexos. No piso inferior foi colocado o equipamento de bombagem e no superior funciona a área de comando e controlo da estação. A estação é constituída por dois conjuntos de bombagem diferentes, conectados cada um com um patamar de bombagem. A adução aos dois conjuntos de bombagem é em comum, sendo no resto independentes.
A segurança em relação ao golpe de aríete da estação elevatória e das redes primária e secundária, foi resolvida com a colocação de quatro reservatórios de ar comprimido, um a montante e três a jusante.

A rede secundária é constituída por um conjunto de condutas, tomadas de água e outros equipamentos localizados a jusante da estação elevatória, sem incluir a rede de rega na parcela. Atendendo à diferença de cotas extremas existentes no perímetro, a rede secundária foi subdividida em duas, dando origem a dois patamares, designados de Patamar A e Patamar B. A cada um deles corresponde uma altura de elevação, e por arrastamento, à respectiva sub-rede secundária, garantindo uma carga hidráulica mínima nas tomadas de água de 3 kgf/cm2.

A rede secundária é composta por um conjunto de 43 tomadas de água, sendo 19 localizadas no patamar A e 24 no patamar B, estão ligadas através de uma rede de condutas com uma extensão total de 6.412 m, com diâmetros a variar entre 200 e 500 mm.

Conforme já foi referido, a rede viária principal é constituída pelo caminho de acesso à barragem e pelos caminhos do perímetro de rega. O caminho de acesso à barragem, seguindo pelo perímetro, desenvolve-se ao longo da conduta adutora, bifurcando-se na extremidade próxima da barragem, para dar acesso ao coroamento desta e à câmara de válvulas onde se localiza a tomada de água para rega. Os caminhos do perímetro de rega, basicamente, são caminhos já existentes que foram melhorados.

A rede de drenagem, é constituída na sua maior parte, pela rede natural das linhas de água existentes que foram rectificadas. Pontualmente, a rede foi melhorada com a construção de um de dois tipos de valas, uma de secção triangular bastante larga com taludes pouco inclinados, e outra, trapezoidal bastante mais estreita, com taludes mais inclinados. A primeira foi construída numa extensão de 960 m, e a segunda em 1535 m.

Gestão e exploração

A CCDRC, IP e a Junta de Agricultores da Vermiosa são as entidades responsáveis pela gestão e exploração do aproveitamento. Apesar das dificuldades que têm existido desde a sua construção, hoje, devido ao facto de se terem verificado actos de vandalismo na estação elevatória (roubo de todos os componentes em cobre), não é possível a mesma entrar em funcionamento, sem que sofra reparações estimadas em mais de 100.000 €.

Estudos

Na sequência do Concurso Público n.º 1/2006 foi executado o projecto de “Ampliação e Reabilitação do Aproveitamento Hidroagrícola da Vermiosa”, que consiste no aumento da área da rede de rega para mais 121 hectares, na consequente remodelação do edifício da estação elevatória e na instalação de equipamento de bombagem e filtragem. Pretende-se com esta intervenção, que o perímetro de rega da Vermiosa passe a ser constituído por dois blocos de rega de diferentes cotas altimétricas, pressurizados através duma estação elevatória com dois patamares de elevação, alimentada por uma conduta adutora a partir da albufeira da barragem da Vermiosa. O bloco de cotas mais baixas, com 131 hectares, corresponde ao actual bloco de rega, que passará a ter um único escalão de bombagem. A restante área a equipar, dará origem ao novo bloco, com 121 hectares.

Ficha de caracterização

Localização

Localização
DistritoGuarda
ConcelhoFigueira de Castelo Rodrigo
FreguesiaVermiosa
Região HidrográficaRH 3
Bacia HidrográficaDouro
Sub-baciaRibeira de Aguiar
Linha de ÁguaRibeira da Devesa
Carta Militar172
Latitude40º 48’ 16,52’’ N
Longitude6º 53’ 27,57’’ O

Dados gerais

Dados gerais
PromotorDirecção Regional de Agricultura da Beira Interior
ProjectistaHidrotécnica Portuguesa
ConstrutorAgrupamento Sabugal
Ano de Projecto1993
ObjectivoRega
Ano de conclusão2000 (Recepção Provisória a 7/06/2000)
Área do regadio131 ha
N.º de Beneficiários162
Ocupação culturalVinha, forragens e hortícolas (batata, couves, nabos, etc.)
Origem da águaSuperficial
Área da bacia hidrográfica10,9 km2
Precipitação média anual542,7 mm
Caudal integral médio anual997 x 103 m3
Caudal de cheia74 m3/s
Período de retorno1000 anos
Fornecimento de água às exploraçõesBaixa pressão e gravítica
GestãoCCDRC, IP e Junta de Agricultores
Sistema tarifárioA implementar

Infraestruturas existentes

Barragem:

  • Tipo: Aterro com núcleo central argiloso
  • Altura máxima acima do nível da fundação: 18 m
  • Altura acima do terreno natural: 15,5 m
  • Cota do coroamento: 688 m
  • Comprimento do coroamento: 288 m
  • Largura do coroamento: 6 m
  • Inclinação do paramento de montante: 3/1 (H/V)
  • Inclinação do paramento de jusante: 2,5/1 (H/V)
  • Volume do corpo da barragem: 0,095 x 106 m3

Albufeira:

  • Área inundada: 48,9 ha
  • Capacidade total: 2,25 x 106 m3
  • Capacidade útil: 2,20 x 106 m3
  • Volume morto: 0,05 x 106 m3
  • Nível de Plena Armazenamento (NPA): 684,80 m
  • Nível de Máxima Cheia (NMC): 686,30 m
  • Nível mínimo de exploração (Nme): 674,20 m

Descarga de fundo:

  • Tipo: Em conduta sob o terreno
  • Diâmetro da conduta: 800 mm
  • Caudal máximo: 1,74 m3/s
  • Controlo a montante: Comporta corrediça
  • Controle a jusante: Válvula
  • Dissipação de energia: Impacto

Descarregador de cheias:

  • Localização: Margem esquerda
  • Tipo de soleira: Em labirinto
  • Tipo de controlo: Sem controlo
  • Tipo de descarregador: Canal de encosta
  • Cota da crista da soleira: 684,80 m
  • Desenvolvimento da soleira: 20,35 m
  • Caudal máximo descarregado: 90 m3/s
  • Período de retorno: 5000 anos
  • Caudal de ponta de cheia: 130 m3/s
  • Canal de descarga em betão com secção rectangular
  • Largura: 4 m
  • Comprimento: 122,30 m
  • Declive: 8,14 %
  • Dissipação de energia: Ressalto (Tipo III do Bureau of Reclamation)

Rede de rega:

  • Área a regar: 131 ha
  • Rede primária:
    • Material: PEAD - PN8
    • Extensão: 1231 m
    • Diâmetro: 560 mm
    • Caudal: 350 l/s
  • Estação Elevatória:
    • Grupos electrobomba Patamar A:
      • 2 de 44kw e um caudal de 58 l/s
      • 2 de 22 kw e um caudal de 29 l/s
      • Caudal máximo: 145 l/s
      • Cota piezométrica à saída da EE: 714,50 m
      • Altura manométrica máxima: 54 m
      • Altura manométrica mínima: 43 m
      • Área: 56 ha
    • Grupos electrobomba Patamar B:
      • 2 de 73 kw e um caudal de 76 l/s
      • 2 de 37 kw e um caudal de 38 l/s
      • Caudal máximo: 190 l/s
      • Cota piezométrica à saída da EE: 729,50 m
      • Altura manométrica máxima: 68 m
      • Altura manométrica mínima: 57 m
      • Área: 75 ha
  • Rede Secundária:
    • Número de Patamares: 2 (A e B)
    • Área: 131 ha (56 + 75)
    • Distribuição: A pedido
    • Pressão mínima garantida: 3 kgf/cm2
    • Extensão das condutas: 6412 m
    • Diâmetro interno: de 81,4 a 452,2 mm
    • Material: PVC
    • Válvulas de seccionamento: 2 por Patamar
    • Tomadas de água Patamar A: 19
    • Tomadas de água Patamar B: 24
    • Ventosas triplo efeito: 7
    • Descargas de fundo Patamar A: 1
    • Descargas de fundo Patamar B: 2

Rede Viária:

  • Caminhos existentes melhorados: 1990 m
  • Caminhos novos: 990 m

Rede de Drenagem:

  • Limpeza e reperfilamento das Linhas de Água existentes:
  • Valas secção triangular: 960 m
  • Valas secção trapezoidal: 1535 m

Observação:

A Estação Elevatória encontra-se inoperacional devido a actos de vandalismo. Actualmente, a distribuição de água no perímetro está a ser realizada graviticamente.

Fotos

  • 6

  • 6

  • 6

  • 6

  • 6

  • 6

Apresentação

O aproveitamento hidroagrícola de Alfaiates, localiza-se a cerca de 1 km a SW da Vila de Alfaiates, no vale da ribeira de Alfaiates, freguesia da Alfaiates, concelho do Sabugal, distrito da Guarda. Destina-se ao abastecimento de água necessária para satisfazer as necessidades de rega de uma área de 104,4 ha.

A ribeira de Alfaiates, ao longo do seu percurso une-se com a ribeira da Aldeia da Ponte, tomando a designação de ribeira de Vilar Maior. Por sua vez, este curso de água vai desaguar na margem direita do Rio Côa, cuja bacia hidrográfica se insere na bacia hidrográfica do Rio Douro.

O empreendimento é constituído por uma barragem de aterro, uma rede de rega, uma rede viária e uma rede de drenagem.

As águas armazenadas na albufeira e utilizadas na rega são unicamente provenientes das afluências próprias da respectiva bacia hidrográfica.

A construção do Aproveitamento Hidroagrícola de Alfaiates foi da responsabilidade da ex-Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior, actualmente integrada na Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Caracterização edafo-climática

Solos

No local de implantação da barragem a rocha aflorante é um granito porfiróide de duas micas que se apresenta são a pouco alterado no leito da ribeira, e muito alterado a decomposto em alguns locais das margens.

Na área correspondente à albufeira, os afloramentos de granitos porfiróides de matriz grosseira a média apresentam-se geralmente pouco alterados a sãos no leito da ribeira, e progressivamente alterados a decompostos à medida que aumenta a distância ao leito.

Os solos incluídos no perímetro, abrangem os fundos do vale da Ribeira de Alfaiates e de algumas pequenas linhas de água secundárias e, em geral, as bases das encostas adjacentes. Situam-se na proximidade da Vila de Alfaiates, sendo a parte principal constituída pela baixa aluvionar da ribeira de Alfaiates, com ocupação agrícola muito intensiva e, naturalmente, dividida por grande número de pequenas parcelas.

A área localizada no vale da ribeira de Alfaiates apresenta formações aluvionares no fundo do vale principal, e coluviões nos fundos dos vales secundários e das encostas adjacentes.

Clima

O clima da região onde se insere o aproveitamento é resultado de factores gerais tais como a circulação atmosférica, e de factores regionais e locais, de que se salienta a sua posição geográfica no bordo ocidental da Meseta Ibérica, a leste da Cordilheira Central, o afastamento do Atlântico, e a forma e disposição dos principais conjuntos montanhosos do centro de Portugal.

A conjugação destes factores determina que a área abrangida pelo aproveitamento hidroagrícola apresente um clima de tipo continental, temperado, húmido e moderadamente chuvoso.

Os Invernos são muito frios, com a temperatura mínima média do mês mais frio a não exceder, em média, 1º C. Observam-se em mais de 40 dias, em média, temperaturas inferiores a 0º C.

No Verão, o clima é condicionado pela altitude e ainda pela continentalidade, observando-se na região o tipo moderado, registando-se em média, temperaturas máximas superiores a 25º C, com frequência anual inferior a 100 dias. A temperatura máxima média do mês mais quente não excede, em média, 29º C.

A radiação global anual média varia entre 150 e 155 kcal/cm2.

A precipitação média anual ronda os 830 mm. O período chuvoso estende-se de Outubro a Maio e representa cerca de 90% da precipitação anual. O período seco, ocorre de Junho a Setembro.

As trovoadas ocorrem anualmente, em média, em 12 dias, repartidas sobretudo pela Primavera e Verão, registando-se a maior frequência em Junho (2,5 dias).

A precipitação sobre a forma de neve ocorre em cerca de 13 dias repartida geralmente pelos meses mais frios (Dezembro a Março). Também se verificam algumas ocorrências de granizo e saraiva nos meses de final do Inverno e da Primavera, embora muito pouco frequentes.

A temperatura anual média do ar na região é de 10,7º C (Guarda). As temperaturas máximas absolutas ocorrem em Julho, atingindo 35,0º C. As temperaturas mínimas absolutas registam-se em Fevereiro (-12,3º C).

As temperaturas inferiores a 0º C, ocorrem, em média, anualmente, em 37 dias, repartidas sobretudo pelos meses de Inverno.

No Verão ocorrem com frequência, temperaturas superiores a 25º C, destacando-se o mês de Julho com 14 dias, em média, num total anual de 40 dias.

Nos meses mais frios, a acumulação do ar arrefecido durante a noite no fundo do vale da ribeira de Alfaiates, principalmente na área da albufeira, poderá determinar um decréscimo significativo das temperaturas mínimas durante a madrugada e manhã, que poderão descer frequentemente a valores negativos.

A área do aproveitamento não beneficia da situação de abrigo proporcionada pela Serra da Estrela, verificando-se, por vezes, um acréscimo na frequência e velocidade do vento, sobretudo do rumo NW. Com ventos do quadrante Sul, verifica-se uma redução significativa pela interposição da Serra da Malcata.

Nos dias calmos, em que a circulação geral não é predominante, podem ter significado os ventos de vale e de montanha.

Na área do aproveitamento, a acumulação de ar frio durante a noite, contribui para a ocorrência de teores de humidade do ar superiores a 86%. À tarde, devido à temperatura ligeiramente superior que se verifica no vale da ribeira de Alfaiates, a humidade relativa do ar poderá descer a valores inferiores aos verificados na região (64% às 15 horas e 75% às 21 horas).

Os nevoeiros são essencialmente de irradiação, prevendo-se que atinjam uma frequência anual média de 100 dias. O rápido arrefecimento que se verifica ao fim da tarde e a consequente chegada do ar frio proveniente da vertente norte da Serra da Malcata poderá determina a formação de nevoeiro, sobretudo nos meses de Outono, Inverno e Primavera.

A formação de neblinas durante a madrugada, pela acumulação de ar frio no vale da ribeira de Alfaiates, poderá provocar um maior número de dias nebulosos do que os verificados na região (128 dias).

O valor da insolação, que poderá ser considerado relativamente alto, varia entre as 2.700 e as 2.800 horas.

A evaporação é de 1.387 mm anualmente, em média, na Guarda, registando-se o máximo de 240,3 mm em Julho e o mínimo de 32,6 mm em Janeiro. Na área do empreendimento, devido ao pequeno acréscimo da temperatura e por se tratar de uma área mais exposta, admite-se que a evaporação seja ligeiramente superior à verificada na Guarda.

O orvalho verifica-se anualmente, em média em 43,5 dias, repartidos sobretudo pelos meses de Abril a Outubro. Nos meses mais frios, em que a temperatura desce abaixo de 0º C, forma-se geada, registando-se anualmente 42,5 dias, principalmente durante o Inverno.

A evapotranspiração potencial anual média é de 670 mm, verificando-se os valores mais elevados de Junho a Agosto. A evapotranspiração real, condicionada pela reserva útil de água no solo de Maio a Setembro, é de 457 mm, com o valor mensal médio mais elevado em Junho e mínimo em Janeiro.

O clima da região é pouco húmido com moderada deficiência de água no verão. Os valores médios da radiação e da insolação e os valores das principais variáveis climáticas são propícios ao bom desenvolvimento de culturas de Primavera/Verão. A deficiência de água no verão, embora moderada, confere uma importância significativa à rega como forma de satisfazer as necessidades hídricas deste tipo de culturas. São condições limitantes para este tipo de uso na área do aproveitamento, os riscos de geadas tardias, as condições de enraizamento, a capacidade de retenção e disponibilidade de nutrientes, o arejamento da zona radicular e o valor do investimento necessário para criar condições para realizar eficazmente a rega por gravidade.

Infraestruturas colectivas

Faz parte do aproveitamento uma barragem constituída por um corpo principal com um desenvolvimento no coroamento de 206 m, e uma portela, de ligação ao descarregador de cheias, com 2 m de altura máxima e 340 m de desenvolvimento.

A bacia hidrográfica, na secção da barragem, tem cerca de 20 km2.

Na construção do corpo da barragem houve a preocupação de seleccionar para a zona central os materiais mais finos e sem elementos de grandes dimensões, resultando assim um perfil praticamente homogéneo.

A superfície inundada à cota 801,0 m é de 22 ha, corresponde à cota de pleno armazenamento (NPA) e permite armazenar 0,854 x 106 m3 de água. Á cota de 802,5 m, verifica-se o nível de máxima cheia (NMC), e a albufeira ocupa uma área de 25,3 ha.

Os órgãos anexos da barragem incluem um descarregador de cheias e uma descarga de fundo coincidente com o circuito hidráulico da tomada de água.

O acesso à barragem faz-se pela margem esquerda da ribeira por um caminho já existente, ou em alternativa pelos caminhos da rede de rega.

A água armazenada na albufeira é captada numa torre de captação de secção circular, com acesso através de passadiço. A entrada de água para o seu interior é feita através de duas aberturas com as dimensões de 0,50 x 0,50 e de 0,80 x 1,10 m. A obturação destas aberturas faz-se através de válvulas planas manobradas do topo da torre. Acopladas às válvulas existem grelhas metálicas de protecção.

A água captada é conduzida até à câmara de decantação através duma conduta em aço de 500 mm de diâmetro, executada após conclusão da barragem.

A zona de rega pode ser divida em dois blocos. Um localizado logo a jusante do local da barragem, com uma área aproximada de 20 ha, e outro, com cerca de 80 ha, que se desenvolve ao longo da ribeira de Alfaiates.

A rede de rega, com uma extensão de 7.148 metros, conduz a água entre uma câmara de decantação e o perímetro a beneficiar com uma área de 104,4 ha. Esta rede permite efectuar a rega por mini-aspersão, em baixas pressões, para além dos processos tradicionais de rega por superfície, principalmente a rega por sulcos.

É uma rede ramificada onde não foi instalado qualquer dispositivo para protecção das condutas contra o golpe de aríete, atendendo a que as velocidades médias de escoamento são relativamente reduzidas na maior parte dos troços, e, porque a probabilidade de fecho simultâneo de todas as tomadas é muito reduzida. Considerou-se que a elasticidade da tubagem é suficiente para suportar os regimes transitórios que possam ocorrer.

A rede de rega é constituída por um conjunto de condutas em PVC que admitem uma pressão de serviço de 6 kg/cm2, com diâmetros a variar entre 400 e 125 mm.

Os ramais das tomadas e ventosas são em aço galvanizado, com protecção anti-corrosiva suplementar através de pintura com base em resinas epoxy.

Os maciços de amarração são em betão B15 e as protecções das condutas nos atravessamentos de caminhos e linhas de água são em betão B25. Os maciços foram executados em escavação, isto é, não foram permitidos aterros entre a superfície de encosto dos maciços e os taludes da vala para instalação das tubagens.

A rede viária, para além dos caminhos já existentes, é constituída por dois caminho. Um que se desenvolve de NE para S até ao encontro da ribeira de Alfaiates. O outro, com origem no troço final do caminho anteriormente referido, dirige-se à ribeira de Alfaiates, seguindo na direcção O e inflectindo para SE, atravessa um afluente da margem direita da ribeira de Alfaiates até ao cruzamento com um caminho já existente na zona S do aproveitamento, onde termina.

Para garantir a drenagem de toda a área do aproveitamento e atendendo às características dos solos, textura franca com boa drenagem interna, considerou-se ser apenas necessário proceder à limpeza e desassoreamento da Ribeira de Alfaiates e ao seu afluente da margem direita.

Procedeu-se à desmatação da vegetação que se encontrava em excesso nos taludes das ribeiras e foram retirados os sedimentos depositados no leito. No total, procedeu-se à limpeza de 4.050 m de leitos de ribeira.

Gestão e exploração

A CCDRC, IP e a Junta de Agricultores de Alfaiates são as entidades responsáveis pela gestão e exploração do aproveitamento.

Ficha de caracterização

Localização

Localização
DistritoGuarda
ConcelhoSabugal
FreguesiaAlfaiates
Região HidrográficaRH 3
Bacia HidrográficaDouro
Sub-baciaRio Côa
Linha de ÁguaRibeira de Alfaiates
Carta Militar216
Latitude40º 23’ 04,76’’ N
Longitude6º 55’ 27,30’’ O

Dados gerais

Dados gerais
PromotorDirecção Regional de Agricultura da Beira Interior
ProjectistaHidrotécnica Portuguesa
ConstrutorAgrupamento Sabugal
Ano de Projecto1993
ObjectivoRega
Ano de conclusão2000 (Recepção Provisória a 17/02/2000)
Área do regadio100 ha
N.º de Beneficiários60
Ocupação culturalBatata, milho e feijão
Origem da águaSuperficial
Área da bacia hidrográfica20 km2
Precipitação ponderada na bacia (média)1292 mm
Escoamento na bacia hidrográfica da ribeira de Alfaiates (média)620,3 mm
Afluências na bacia hidrográfica da ribeira de Alfaiates (média)12.405,6 x 103 m3
Caudal de dimensionamento96 m3/s
Período de retorno1000 anos
Fornecimento de água às exploraçõesGravítico (baixa pressão)
Caudal máximo de rega180 l/s
GestãoJunta de Agricultores de Alfaiates
Sistema tarifárioA implementar

Infraestruturas existentes

Barragem:

  • Tipo: Aterro com secção trapezoidal e perfil zonado
  • Altura máxima acima do nível da fundação: 18,5 m
  • Altura acima do terreno natural: 16 m
  • Cota do coroamento: 804 m
  • Desenvolvimento do coroamento: 206 m
  • Largura do coroamento: 6 m
  • Fecho da portela:
  • Tipo: Aterro homogéneo
  • Altura máxima: 2 m
  • Desenvolvimento do coroamento: 342 m
  • Cota do coroamento: 804 m
  • Inclinação do paramento de montante: 2,8/1 (H/V)
  • Inclinação do paramento de jusante: 2,5/1 (H/V)
  • Volume do corpo da barragem: 0,086 x 106 m3

Albufeira:

  • Área inundada (NPA): 22 ha
  • Área inundada (NMC): 25,3 ha
  • Capacidade (NPA): 0,854 x 106 m3
  • Capacidade útil: 0,650 x 106 m3
  • Nível de Plena Armazenamento (NPA): 801 m
  • Nível de Máxima Cheia (NMC): 802,50 m
  • Nível mínimo de exploração (Nme): 795,50 m

Descarga de fundo e tomada de água:

  • Localização: Central na zona do antigo leito da ribeira
  • Tipo: Torre em betão de secção circular seguida de conduta sob o terreno, aproveitando a conduta que serviu de desvio provisório. O circuito da descarga de fundo é comum ao da tomada de água até à derivação para o sistema de rega (by-pass). Deste ponto para jusante, a conduta da descarga de fundo prolonga-se por um convergente até atingir o diâmetro de 350 mm, a que se segue uma curva em perfil. Na extremidade da curva localiza-se um pequeno trecho recto que antecede a válvula de regulação com o mesmo diâmetro, válvula de jacto oco. A derivação para a rede de rega, em aço com 500 mm de diâmetro, termina numa câmara de decantação;
  • Diâmetro interior da torre: 2,00 m
  • Diâmetro da conduta: 500 mm (aço)
  • Caudal de dimensionamento da tomada de água: 0,18 m3/s
  • Caudal descarregado na válvula de jacto oco (NPA): 1,2 m3/s
  • Controlo a montante: 2 válvulas planas (comportas corrediça)
  • Controle a jusante: Válvula de jacto oco, diâmetro 350 mm

Descarregador de cheias:

  • Localização: Margem direita
  • Tipo de soleira: Em labirinto
  • Tipo de controlo: Sem controlo
  • Tipo de descarregador: Canal de encosta
  • Cota da crista da soleira: 801,00 m
  • Desenvolvimento da crista: 38,02 m
  • Caudal de dimensionamento: 96 m3/s
  • Período de retorno: 1000 anos
  • Canal de descarga em betão com secção rectangular ligeiramente convergente
  • Largura: 7,50 m (reduzindo para jusante)
  • Comprimento: 91,61 m
  • Declive: De 0,06 % a 0,23 %
  • Dissipação de energia: Salto de esqui

Rede de rega:

  • Área a regar: 104,4 ha
  • Material: PVC
  • Pressão de serviço: 6 kg/cm2
  • Extensão: 7.148 m
  • Diâmetro: Varia de 400 a 125 mm

Rede Viária:

  • Caminhos existentes melhorados: 4.430 m
  • Perfil transversal: 4 m

Rede de Drenagem:

  • Limpeza e desassoreamento de duas ribeiras:
  • Comprimento total: 4.050 m
  • Largura média: 8 m

Fotos

  • 7

  • 7

  • 7

  • 7

Apresentação

O aproveitamento hidroagrícola de Cerejo/Vila Franca das Naves, domina uma área total de 448,8 hectares, desenvolve-se ao longo das margens das ribeiras de Massueime, Cerejo e outras de menor importância, ocupando terrenos pertencentes às freguesias de Bouça Cova e Cerejo do concelho de Pinhel e as de Vila Franca das Naves e Moimentinha no concelho de Trancoso. Com a construção deste empreendimento, do qual fazem parte a barragem e respectivos órgãos anexos, um sistema elevatório e um sistema de rega, pretende-se distribuir água em pressão a toda a área beneficiada pelo regadio.

Para além da finalidade referida, e na sequência de um pedido formulado pelo Município de Pinhel, foi autorizada e está a decorrer, a captação de água para abastecimento público às povoações de Alverca da Beira e Bouça Cova.

A albufeira e a barragem construídas na ribeira do Cerejo, localizam-se na freguesia de Bouça Cova, junto à povoação do mesmo nome. A rede de rega e todos os restantes elementos construídos, distribuem-se pelas freguesias de Bouça Cova e Cerejo do concelho de Pinhel e as de Vila Franca das Naves e Moimentinha no concelho de Trancoso, distrito da Guarda.

O curso de água principal, da bacia corre de Sul para Norte, constitui um dos afluentes da margem esquerda da ribeira de Massueime que por sua vez é afluente do rio Côa, cuja bacia hidrográfica se insere na bacia hidrográfica do Rio Douro.

As águas armazenadas na albufeira e utilizadas na rega são unicamente provenientes das afluências próprias da respectiva bacia hidrográfica.

A construção do Aproveitamento Hidroagrícola de Cerejo/Vila Franca das Naves foi da responsabilidade da ex-Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior, actualmente integrada na Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Caracterização edafo-climática

Solos

Os solos incluídos no perímetro, são na sua maior parte solos de textura ligeira a mediana, nomeadamente, franco-arenosos, arenosos-francos e francos e, apresentam uma estrutura fraca a inexistente. De referir que o lençol freático pode subir temporariamente a menos de 150 cm de profundidade, sobretudo no fundo dos vales.

Clima

Trata-se de uma região de clima mesotérmico com evapotranspiração potencial anual média de 1013 mm, com défice de água moderado no Verão, sendo este pouco quente e extenso. Como acontece em todo o país, na região existe um desfasamento entre o regime térmico e o regime pluviométrico, verificando-se alguma irregularidade na distribuição inter-mensal da temperatura. Os meses mais quentes, Julho e Agosto, são os que apresentam menores precipitações. A precipitação média anual da região é de cerca de 1150 mm, decorrendo o período chuvoso, em ano médio, entre Outubro e Abril, com uma ocorrência de cerca de 80% da precipitação total anual.

A variação de temperatura média do ar ao longo dos meses é relativamente alta devido essencialmente ao facto de se tratar de uma zona interior. Verifica-se um máximo em Julho e Agosto e um mínimo em Janeiro e Dezembro. A amplitude da variação média anual da temperatura do ar é de 14,6º C.

Como acontece em todo o país, na região existe um desfasamento entre o regime térmico e o regime pluviométrico, isto é, os meses mais quentes, Julho e Agosto, são os que apresentam menores precipitações. Verificam-se menores quantitativos de precipitação no auge da estação seca, no Verão, e ocorrência de um máximo de precipitação no Inverno, coincidente com os meses de menores temperaturas.

Os valores máximos da humidade relativa do ar ocorrem durante a madrugada e são menores durante a tarde. A variação anual da humidade relativa é elevada traduzindo a continentalidade da região.

Na região do aproveitamento verificam-se em média 50 dias de geada por ano, mais precisamente entre os meses de Outubro e Maio, com especial incidência nos meses de Novembro a Abril.

A nebulosidade na região decresce dos meses de Inverno, para os meses de Verão.

Os meses de vento mais forte são os de Novembro a Março com velocidades médias da ordem dos 19 km/h. No Verão é um pouco mais ligeiro mas não baixa muito dos 14 km/h.

Considerando a evaporação como o processo de perda de vapor de água para a atmosfera, a partir de superfícies aquáticas, verificamos que os valores mais elevados ocorrem, em média nos meses de Verão, Julho (225,8 mm) e Agosto (235,9 mm).

Na zona do aproveitamento, principalmente nas zonas de melhores solos, verifica-se que a estrutura fundiária é constituída por explorações de pequena dimensão e muito parceladas. Cerca de 95 % das explorações têm menos de 15 ha, variando o número de parcelas de cada uma, entre 2 e 12, (existem cerca de 1200 prédios).

Na área agora beneficiada já se pratica alguma agricultura de regadio, com rega de gravidade (sulcos e caldeiras) e localizada (gota a gota, anti-geada), a partir de captações de água particulares (poços). De acordo com as características anteriormente referidas, consideramos que a utilização futura do solo na área do aproveitamento, deveria incidir, principalmente, em culturas arvenses ou hortícolas e prados permanentes, pomares de macieiras, e vinhas.

Infraestruturas colectivas

Fazem parte do aproveitamento, a albufeira e a barragem construídas na ribeira do Cerejo, e as redes de rega, viária e de drenagem.

A barragem tem um perfil de terra homogéneo, com materiais seleccionados na zona central. É constituída por um corpo principal com um desenvolvimento no coroamento de 323 m, e uma portela que se estende pela encosta esquerda do vale, de pequena altura e 266 m de desenvolvimento.

O sistema elevatório é constituído por grupos electrobomba e filtros, conduta elevatória e reservatório. Os edifícios, da estação elevatória e dos filtros, estão implantados próximo da estrutura terminal do circuito da tomada de água da barragem, na margem direita da ribeira de Cerejo. A ligação desta central ao reservatório, implantado na encosta da margem direita, efectua-se por uma conduta enterrada com cerca de 300 m de comprimento.

A área inundada ao nível de pleno armazenamento (NPA) é cerca de 68 ha. A esta cota, a capacidade útil da albufeira estima-se em cerca de 4,680 x 106 m3, correspondente a cerca de 173 % das necessidades de água em ano médio e a cerca de 138 % das afluências igualmente em ano médio.

A bacia hidrográfica, na secção da barragem, tem cerca de 14,5 km2.

As principais características dos órgãos de segurança e exploração da barragem são os seguintes:

  • Descarregador de cheias: em betão, na margem esquerda, com soleira espessa (WES), em posição frontal, com desenvolvimento em bico de pato; canal de descarga rectangular e convergente, terminando numa estrutura de dissipação de energia do tipo salto de esqui
  • Torre de tomada de água: com secção circular em betão, do tipo selectivo, com três níveis de captação, grelhas e válvulas murais accionáveis manualmente ao nível superior da torre; acesso através de um passadiço com origem no coroamento da barragem, apoiado em pilares intermédios e desenvolvendo-se em arco
  • conduta de descarga de fundo e tomada de água: fundada sob o aterro da barragem, tem início na base da torre, terminando na extremidade, com uma válvula de jacto oco; na derivação para o sistema elevatório da rede de rega, está montada uma válvula de borboleta; esta estrutura contém ainda um circuito hidráulico destinado à descarga do caudal ecológico

O edifício da estação elevatória, no pé de barragem, é formado por três módulos principais: sala de grupos, sala de quadros, e posto de transformação.

A estação é equipada com dois grupos electrobomba de eixo horizontal e uma unidade auxiliar de eixo vertical. As unidades principais têm capacidade de debitar um caudal máximo de 600 l/s.

A jusante da estação elevatória existe outro edifício onde está instalada a estação de filtragem com quatro unidades de funcionamento em pressão.

Entre a estação de filtragem e a rede de rega está intercalado um reservatório para comando do funcionamento do sistema. A ligação entre o colector geral de compressão e o reservatório é feito em conduta enterrada em FFD, com diâmetro de 500 e 700 mm e um desenvolvimento de cerca de 300 m.

O reservatório está implantado na encosta da margem direita, é em betão armado, tem uma geometria cilíndrica com diâmetro interno de 10 m e altura total de 4,20 m. A sua capacidade útil é de 243 m3.

O acesso à barragem, à estação elevatória e ao reservatório faz-se a partir da povoação de Bouça Cova.

O perímetro de rega está dimensionado para uma distribuição de água a pedido e em pressão, a partir de um sistema elevatório comandado por reservatório elevado.

A rede de rega tem aproximadamente 44 km de condutas, dos quais cerca de 4,7 km em betão pré-esforçado com alma de aço, DN 700 e DN 600, 21,4 km em PVC rígido, DN 500 a DN 90 e, 17,9 km de rede de aproximação à parcela em PEAD, DN 90 e DN 75.

A rede viária já existente na área do aproveitamento era bastante razoável, tendo sido melhorados os caminhos agrícolas existentes. Estabelecem ligações entre eixos viários mais importantes e permitem o acesso às zonas interiores do perímetro.

Os novos caminhos construídos destinam-se a estabelecer o acesso à barragem e ao reservatório, à estação elevatória, e à margem esquerda da albufeira.

Para garantir a drenagem de toda a área do aproveitamento e conforme previsto no projecto, procedeu-se à desmatação, limpeza, corte de vegetação arbustiva do leito, taludes e margens das linhas de água.

Gestão e exploração

A CCDRC, IP e a Junta de Agricultores do Cerejo são as entidades responsáveis pela gestão e exploração do aproveitamento.

Ficha de caracterização

Localização

Localização
DistritoGuarda
ConcelhoPinhel
FreguesiaBouça Cova e Cerejo
ConcelhoTrancoso
FreguesiaVila Franca das Naves e Moimentinha
Região HidrográficaRH 3
Bacia HidrográficaDouro
Sub-baciaRio Côa
Linha de ÁguaRibeira de Cerejo (afluente da ribeira de Massueime)
Carta Militar170 e 181
Latitude40º 41’ 58,52’’ N
Longitude7º 14’ 44,68’’ O

Dados gerais

Dados gerais
PromotorDirecção Regional de Agricultura da Beira Interior
ProjectistaPROSISTEMAS – Consultores de Engenharia, S.A.
Ano de Projecto1998
Objectivo/Uso actualRega e Abastecimento Público
Barragem
  • Construtor: Consórcio TRAGSA/TRAPSA/CHUPAS & MORRÃO
  • Ano de conclusão: 2002 (Recepção Provisória a 30/04/2002)
Sistema Elevatório, Rede de Rega, Caminhos e Linhas de Água
  • Construtor: OIKOS, Construções, S.A.
  • Ano de conclusão: 2007 (Recepção Provisória a 22/02/2007)
Área do regadio448,8 ha
N.º de Beneficiários400
Ocupação culturalPomares de Macieiras e Pereiras, batata, milho e hortícolas
Origem da águaSuperficial
Área da bacia hidrográfica14,5 km2
Precipitação média anual890 mm
Escoamento em ano médio235 mm
Afluência média anual3.400 x 103 m3
Caudal de dimensionamento43,4 m3/s (curva de vazão)
Período de retorno1000 anos
Fornecimento de água às exploraçõesBaixa pressão e gravítico
Caudal máximo de rega0,6 m3/s
GestãoJunta de Agricultores do Cerejo
Sistema tarifárioA implementar

Infraestruturas existentes

Barragem:

  • Tipo: Aterro homogéneo (zona central do aterro com materiais seleccionados)
  • Altura máxima acima do nível da fundação: 25,5 m
  • Altura acima do terreno natural: 23,3 m
  • Cota do coroamento: 579,5 m
  • Desenvolvimento do coroamento: 323,0 m
  • Largura do coroamento: 7,0 m
  • Fecho da Portela:
  • Tipo: Aterro homogéneo
  • Altura máxima: 4,5 m
  • Desenvolvimento do coroamento: 266,0 m
  • Cota do coroamento: 579,5 m
  • Inclinação do paramento de montante: 2,8/1 (H/V)
  • Inclinação do paramento de jusante: 2,0/1 (H/V)
  • Volume do corpo da barragem: 0,220 x 106 m3
  • Volume total da barragem: 0,258 x 106 m3

Albufeira:

  • Área inundada (NPA): 68 ha
  • Capacidade (NPA): 4,867 x 106 m3
  • Capacidade útil: 4,684 x 106 m3
  • Nível de Plena Armazenamento (NPA): 577,0 m
  • Nível de Máxima Cheia (NMC): 578,0 m
  • Nível mínimo de exploração (Nme): 561,0 m

Descarga de fundo e tomada de água:

  • Localização: Central
  • Tipo: Torre em betão de secção circular seguida de conduta em betão, com 1200 mm de diâmetro interno, fabricada in situ, envolvida em maciço de betão armado, sem colares corta-águas. O circuito da descarga de fundo é comum ao da tomada de água até à derivação para o sistema de rega (by-pass). Deste ponto para jusante, segue-se um troço convergente para o diâmetro de 350 mm, a que se segue um troço com o mesmo diâmetro, na extremidade do qual foi montada uma válvula de jacto oco DN 350/PN 6. A derivação para a rede de rega, inicia-se por uma junta de montagem e desmontagem, seguida de um tê, também metálico, onde tem inicio a derivação para a estação elevatória.
  • Diâmetro interior da torre: 2,00 m
  • Diâmetro da conduta: 1.200 mm (betão)
  • Caudal de ponta de rega: 0,6 m3/s
  • Caudal descarregado na válvula de jacto oco (NPA): 1,5 m3/s
  • Controlo a montante: 3 válvulas planas (comportas corrediça)
  • Controle a jusante da descarga de fundo: Válvula de jacto oco, DN 350 mm
  • Diâmetro da derivação para a estação elevatória: 0,7 m
  • Diâmetro da válvula de seccionamento: 0,5 m

Descarregador de cheias:

  • Localização: Margem esquerda
  • Posição: Frontal
  • Tipo de soleira: Em labirinto
  • Tipo de controlo: Sem controlo
  • Tipo de descarregador: Canal de encosta
  • Cota da crista da soleira: 578,0 m
  • Desenvolvimento da crista: 30,0 m
  • Caudal máximo descarregado: 43,4 m3/s
  • Período de retorno: 1000 anos
  • Canal de descarga em betão de secção rectangular gradualmente convergente
  • Largura: De 10,05 a 2,7 m
  • Comprimento: 140,0 m
  • Declive: i1 = 0,035, i2 = 0,103 e i3 = 0,3297
  • Dissipação de energia: Salto de esqui

Rede de rega:

  • Área a regar: 448,8 ha
  • Conduta Adutora:
    • Material: FFD, k=9
    • Diâmetro: DN 700
    • Extensão: 24 m
  • Estação Elevatória:
    • Grupos Electrobomba:
      • 2 de 175 kw (Caudal=0,30 m3/s, Altura Manométrica= 45 m.c.a)
      • 1 de 2,5 kw (Caudal=15 m3/h, Altura Manométrica= 45 m.c.a.)
  • Estação de Filtragem:
    • Quantidade: 4
    • Tipo: DN 350 mm para 1 MPa (limpeza automática em contra corrente)
  • Conduta Elevatória:
    • Material: FFD, k=9
    • Diâmetro: DN 700 + DN 500
    • Extensão: 22 m + 281 m
  • Reservatório de Regularização:
    • Material: Betão armado
    • Volume útil: 243 m3

Rede:

  • Material: Betão pré-esforçado com alma de aço (PN 0,8 e PN 0,6 Mpa)
  • Extensão: 4,7 km
  • Diâmetro: DN 700 e DN 600
  • Material: PVC (PN 1,0 e 0,6 Mpa)
  • Extensão: 21,4 km
  • Diâmetro: DN 500 a DN 90
  • Material: PEAD (PN 1,0 Mpa)
  • Extensão: 17,9 km
  • Diâmetro: DN 90 a DN 75

Rede Viária:

  • Caminhos existentes melhorados: 11,8 km
  • Caminho de acesso à margem esquerda: 1,4 km

Rede de Drenagem:

Desmatação, limpeza, corte de vegetação arbustiva do leito, taludes e margens das linhas de água:
Área intervencionada: 46.500 m2