❖ Município de Figueiró dos Vinhos
O Município de Figueiró dos Vinhos está a adaptar o Posto Aquícola de Campelo (PAC), associado à constituição de um Centro de Reabilitação de Ecossistemas Ribeirinhos. As ações assentam no desenvolvimento de um projeto-piloto, pioneiro à escala internacional, direcionado para a criação experimental em viveiro de trutas assilvestradas. O objetivo é o posterior repovoamento de cursos de água onde a espécie ocorra naturalmente, sem comprometer o património genético local.
O projeto, no âmbito do MAR2020, integra a reabilitação com um uso eficiente e atrativo do espaço, centrado na criação de trutas assilvestradas, mas com óbvios impactos no turismo, na captação de visitantes, na pesca desportiva, entre outros.
Constitui uma intervenção que se enquadra no ALGIA - Plano de Gestão Integrada da Ribeira de Alge.
O investimento de aproximadamente 1 milhão de euros engloba as obras de remodelação e instalação de equipamentos, trabalhos científicos, serviços de fiscalização e divulgação de resultados.
Criação experimental de trutas assilvestradas - como se processa?
Um dos problemas mais comuns nas ações de repovoamento dos cursos de água com peixes criados em cativeiro prende-se com a identidade genética da população dadora e a possibilidade de "contaminar" a população recetora com indivíduos da mesma espécie, mas com características genéticas distintas. Para evitar esta questão e validar o pool genético de onde provém o material biológico utilizado é efetuada a comparação da identidade genética da truta-de-rio entre potenciais populações dadoras e a ribeira de Alge, permitindo definir a proveniência dos oócitos e alevins de truta-de-rio que serão estabulados e produzidos. Serão adquiridos e fornecidos um total de 10 000 a 12 000 alevins em cada ano deprodução.
A estabulação das trutas e o processo de assilvestramento terão uma duração de 6-7 meses, até os peixes atingirem 8 meses de idade e cerca de 7 cm de comprimento, período após o qual os indivíduos serão libertados.
Lúcia Esteves