❖ ALGAplus
Em 2012 nasceu em Ílhavo, na Ria de Aveiro, a empresa ALGAplus com o objetivo de produzir macroalgas de forma sustentável. A pensar no bem-estar das pessoas e do planeta, a empresa pretende disponibilizar e promover o consumo de algas de cultivo oriundas de Portugal. As algas são um alimento fácil e versátil na sua utilização, saudável, excecionalmente nutritivo e com baixo teor calórico. O seu cultivo não requer terra arável, água potável ou fertilizantes e tem uma reduzida pegada de carbono, oque faz das algas dos alimentos mais sustentáveis. Na loja online da ALGAplus pode encontrar os produtos à base de macroalgas portuguesas e no blog inspirar-se com as receitas e sugestões de cozinheiros amadores e profissionais. Para além dos nomes científicos e internacionais normalmente usados, a empresa recuperou os nomes tradicionais das algas consumidas desde tempos imemoriais pelos portugueses, como o botelho comprido, a alface do mar, o cabelo de velha e a erva patinha.
Agronomia marinha: produção integrada em modo biológico
A ALGAplus assume-se como empresa de agronomia marinha. A maioria da área produtiva localiza-se em tanques de terra ao ar livre sujeitos ao efeitos do clima e das marés. Assim desenvolvem a sua produção em regime de aquacultura integrada. A área de produção de algas recebe água rica em nutrientes provenientes dos esteiros de produção de peixes. Este sistema multitrófico foi validado num projeto piloto no âmbito do quadro de apoio anterior, PROMAR. Com o apoio do MAR2020 a empresa melhorou a eficiência produtiva das algas em modo biológico e iniciou em 2018 a produção também em modo biológico de robalo e dourada. A ALGAplus é por isso pioneira na Europa numa perspetiva de bio economia azul circular, pela integração da produção de algas marinhas numa aquacultura de peixe com certificação biológica em todo o processo. A produção inclui também a única maternidade europeia com escala comercial da alga erva-patinha também conhecida como nori-do-atlântico. Além de comercializadas em Portugal desde 2014, as algas destinam-se essencialmente ao mercado comunitário(>75%), vendidas como ingrediente para empresas do setor alimentar humano, cosmética e alimentação funcional animal.
Paulo Morenito e Fátima Menezes