A Rede de Inovação é composta por polos distribuídos por todo o País e procura transformar o conjunto de estruturas dispersas e desarticuladas do Ministério da Agricultura que existem, numa Rede consolidada, coerente, moderna, e orientada para as necessidades do setor agrícola e agroalimentar nacional.
Esta Rede de Inovação vai ainda contribuir para reforçar o ecossistema nacional de investigação e inovação agrícola e agroalimentar, promovendo a modernização, a digitalização, a competitividade e a sustentabilidade do setor agroalimentar. Visa também criar uma estrutura de proximidade, muito orientada para a transferência de conhecimento e de tecnologia, que satisfaça, em simultâneo, as necessidades das grandes explorações mais competitivas e das pequenas explorações agrícolas familiares.
A Rede de Inovação vai promover as dinâmicas locais e regionais relacionadas com a agricultura e áreas conexas, favorecendo a fixação de pessoas em territórios de baixa densidade, a valorização dos recursos endógenos e da produção nacional e do desenvolvimento integrado.
A Rede de Inovação tem por objetivo, ainda, aumentar a eficácia, a eficiência e o impacto das infraestruturas científicas e tecnológicas do Ministério da Agricultura, mas modernizando as que integram a Rede, maximizando sinergias e complementaridades com outras estruturas do ecossistema de inovação (Institutos Politécnicos, Universidades, Laboratórios Colaborativos, Centros de Competências, empresas com atividades de investigação e desenvolvimento).
Recorde-se que o Ministério da Agricultura detém um conjunto de estruturas de grande relevância para Portugal aptas para a investigação aplicada, desenvolvimento experimental e demonstração, dispersas por todo o País, mas que estão, muitas delas, degradadas, obsoletas e com uma atividade desalinhada com os desafios e necessidades da agricultura de hoje.
Estas estruturas apresentam-se como estações experimentais, laboratórios, estruturas piloto e infraestruturas de conservação e valorização dos recursos genéticos nacionais destinados à alimentação, mas a ausência de uma visão integrada desta Rede, associada à falta de uma definição clara das linhas estratégicas para a agricultura nacional conduz a que a Rede atual tenha, hoje, um impacto insuficiente na modernização e preparação para os grandes desafios (digitalização, alterações climáticas, descarbonização, desenvolvimento dos meios rurais) das fileiras agroalimentares nacionais.
A Rede de Inovação visa desenvolver a atividade de Investigação e Inovação, a formação e transferência de conhecimento e tecnologia, a promoção do empreendedorismo de base rural e a valorização dos recursos endógenos e tem como foco desenvolver as Cadeias de Valor.
Esta Rede de Inovação procura ainda desenvolver um conjunto de grandes iniciativas emblemáticas transversais como os «Territórios Sustentáveis», a «Revitalização das zonas rurais», a «Mitigação» e a «Agricultura Circular», a «Adaptação às alterações climáticas», a «Alimentação Sustentável», (com a promoção da dieta mediterrânica), a «Agricultura 4.0», «Uma só saúde» e a «Transição Agro Energética».
O conhecimento e a inovação podem contribuir para assegurar a rentabilidade da agricultura. A investigação e a inovação podem conduzir a novas técnicas e tecnologias que aumentem a produtividade sem sujeitar o ambiente a pressões suplementares, enquanto o sistema de aconselhamento agrícola pode assegurar a informação dos agricultores sobre a evolução e as melhorias mais recentes.
Cadeia de Valor dos “Cereais”
Os cereais têm um papel relevante no setor agrícola da região centro com produção total de 244 623 toneladas. A produção de milho para grão e o arroz, com 190 126 toneladas e 34 185 toneladas, respetivamente, são as culturas de maior destaque. As características climáticas do Baixo Mondego são responsáveis pela formação e maturação mais lenta do Arroz Carolino do Baixo Mondego IGP, o que potencia os mecanismos fisiológicos associados à qualidade. A cultura do arroz além de um importante fator económico para a região, é igualmente na manutenção dos ecossistemas da flora e da fauna. A CCDRC, IP dispõe de um conjunto de informação disponível relativa ao trabalho desenvolvido no Polo de Inovação de Coimbra localizado no Centro Experimental do Baixo Mondego.
Cadeia de Valor da “Fruticultura”
Na região Centro existe uma produção de fruta de muita qualidade, com um total de 58 166 toneladas e cerca de 10 mil ha. A região da Beira Alta é conhecida pela excelência na produção de maçã. A Maçã da Beira Alta IGP continua a ser conhecida pela sua diferenciação qualitativa em relação à proveniente de outras regiões produtoras. A variedade regional Maçã Bravo de Esmolfe DOP, é igualmente apreciada encontrando-se distribuída, especialmente na Região da Beira Alta e em parte da Cova da Beira. Circunscrita aos concelhos do Fundão, Covilhã, Belmonte e Manteigas, podemos encontrar a Maçã da Cova da Beira IGP. A região da Beira Interior é a principal região de produção de prunóideas, sendo responsável por 49% da produção nacional de pêssegos e por cerca de 70 % da produção de cereja no país. A modernização da fruticultura, associada à valorização do património genético de variedades regionais e à utilização de tecnologias de produção mais competitivas, tem feito progressos na região.
Também possui excelentes condições para a produção de frutos secos, existindo já novas plantações utilizando modernas tecnologias, com boas produtividades e de qualidade superior, sendo o caso do amendoal que, atualmente, regista produções na ordem das 3 756 toneladas. A castanha, noz e avelã são igualmente frutos de elevada qualidade registando um aumento do número de explorações. O total de área plantada perfaz cerca de 11 mil ha para este conjunto de culturas.
A cultura de pequenos frutos ocupa, a nível nacional, uma área superior a 3600 hectares, dos quais 768 hectares estão instalados na área de intervenção da CCDRC, IP. A maior área de framboesas encontra-se no Litoral Alentejano e a maior área de mirtilos na região Centro do país. Na região Centro a produção de pequenos frutos, em particular o mirtilo, tem hoje uma expressão importante quer em fresco quer na confeção de doces, compotas, licores, iogurtes, gelados e ainda na obtenção de aromatizantes, entre outras.
A CCDRC, IP dispõe de um conjunto de informação disponível aqui relativa ao trabalho desenvolvido no Polo de Inovação de Viseu localizado na Estação Agrária de Viseu.
Cadeia de Valor da “Horticultura”
O clima e solos da região centro permitem o desenvolvimento da horticultura neste território, particularmente na faixa litoral. Os fatores edafoclimáticos oferecem a possibilidade de obter produtos de excelente qualidade, com escalonamento da produção ao longo do ano e colheitas fora da época normal, o que permite valorizar os produtos e criar mais valias para o produtor. Segundo dados provisórios do Recenseamento Agrícola de 2019 o aumento da superfície de hortícolas traduz-se em 7%, sendo sinal da dinâmica do setor nesta década, com o crescimento da área de estufas (+11%). Relativamente às explorações certificadas para a produção em Modo de Produção Biológico as áreas triplicaram em 10 anos onde as hortícolas se destacam com 1,7 mil hectares. Dados do GPP, indicam a existência em 2017, na região Centro, de 277 produtores de hortícolas ocupando uma área de 554 ha. A região Centro representa assim um peso a nível nacional de área de 20,5 % correspondendo a 31,3 % dos produtores.
A CCDRC, IP dispõe de um conjunto de informação disponível relativa ao trabalho desenvolvido no Polo de Inovação de Coimbra localizado no Centro Experimental do Baixo Mondego.
Cadeia de Valor da “Olivicultura e Azeite”
Na região Centro é reconhecida a capacidade da região para produzir azeites de elevada qualidade a área de olival e a tradição da cultura da azeitona e do azeite é muito antiga. A área ocupada aproxima-se dos 65 000 ha e produção de azeitona na região centro é 39 947 toneladas correspondendo a um total de azeite produzido de 53 916 hl (INE, 2020). Uma cultura familiar integrante da paisagem e de boas azeitonas pode obter-se mau azeite, mas nunca se conseguem bons azeites de azeitonas em mau estado. A variedade predominante é a Galega Vulgar que dá um azeite excelente; é pouco produtiva, alternante, com baixas fundas e sensível a algumas pragas e doenças. Entre as variedades para conserva salienta-se, para a região, a Negrinha do Freixo.
A CCDRC, IP dispõe de um conjunto de informação disponível relativa ao trabalho desenvolvido no Polo de Inovação de Viseu localizado na Estação Agrária de Viseu.
Cadeia de Valor da “Viticultura e Enologia”
Sendo uma das cadeias de valor mais importantes destaca-se as atividades desenvolvidas em Anadia e Nelas que visam a conservação e valorização dos recursos genéticos vitícolas nacionais, o melhoramento genético e seleção, estudos em agricultura de precisão e desenvolvimento de novas tecnologias e de novos produtos, tendo em vista a qualidade, nomeadamente, no espumante português. A CCDRC, IP dispõe de um conjunto de informação disponível aqui relativa ao trabalho desenvolvido no Polo de Inovação de Anadia localizado na Estação Vitivinícola da Bairrada e no Polo de Inovação de Nelas localizado no Centro de Estudos Vitivinícola de Nelas.