Dieta Mediterrânica

Património imaterial da UNESCO

Património Mundial e Imaterial da Humanidade pela UNESCO | 4/12/2013. Candidatura conjunta: Portugal, Espanha, Itália, Grécia. Marrocos, Chipre e Croácia.

Dieta sustentável, um padrão alimentar e um estilo de vida saudáveis, baseada no consumo abundante, diversificado e sazonal de alimentos de origem vegetal de produtos locais e sazonais, pouco ou nada processados, a par de um consumo frugal de alimentos de origem animal e de um consumo de gorduras saudáveis como o azeite, confecionados segundo a gastronomia tradicional e com apelo à atividade física e ao convívio à mesa como um traço cultural distintivo.

Fonte: Organização Mundial de Saúde

Com origem nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo ou que por ele são influenciados envolve um conjunto de saberes-fazer, conhecimentos, rituais, símbolos e tradições sobre técnicas agrícolas, pesca, criação de gado, conservação, preparação e, especialmente, partilha e consumo de alimentos.

Territorial MED - Salvaguarda da dieta mediterrânica atavés da sua diferenciação territorial

A CCDRC, IP, através do Projeto Territorial MED, do Plano de Ação para a Valorização e Salvaguarda da Dieta Mediterrânica no Centro e outras iniciativas pretende reforçar a estratégia nacional para a salvaguarda e valorização desta importante Dieta, desenvolvendo uma intervenção que contribua para aumentar a adesão dos cidadãos à DM, preservar e divulgar os seus valores, cultura e património, mas com incidência e adequação à realidade de cada região.

A dieta mediterrânica na região centro

Associada sobretudo ao Sul do País a DM está, também, enraizada na cultura rural da Região Centro.
é disto testemunho a disseminação de uma das culturas mais emblemáticas da DM, o olival.
Na Região Centro o olival tradicional e de montanha persiste e está a ser revalorizado.
Os territórios rurais da região são sinónimo de tradições, de festividades, de celebrações e de costumes. Muitas têm origem nos ciclos agrários e nos alimentos, marcas de um modo de vida associado à DM.

A identidade deste território que, simbolicamente, acompanha o percurso do rio Mondego, é marcada por um sistema agro-silvo-pastoril adaptado aos recursos disponíveis na região, por uma grande variedade de produtos hortofrutícolas e, ainda, por aves e animais de pequeno porte de raças autóctones.

A pequena pesca artesanal, igualmente integrante da DM, assume na Região uma importância significativa.
A Região Centro, tradicionalmente rica em variedades de fruteiras regionais, como a maçã Bravo Esmolfe, que tem aqui o seu berço e a cereja do Fundão, emblema da região que lhe dá o nome, é caraterizada pela elevada diversidade e grande qualidade de diferentes espécies hortofrutícolas.

Delas fazem parte antigas variedades regionais de hortícolas e leguminosas, como a Cherovia, a Feijoca e o Chícharo, tradicionalmente confecionadas na região e que estão na origem de festividades e eventos associados aos produtos, aos processos de trabalho e ao consumo.

Zeca Afonso imortalizou a maçã Camoesa na canção beirã - Senhora do Almortão e Sra. da Póvoa

Cantiga Senhora do Almortão e Sra. da Póvoa:

(…) Não queirais ser castelhana
Nossa Senhora da Póvoa,
Minha boquinha de riso,
Minha maçã camoesa
Criada no paraíso.
Zeca Afonso

Os saberes-fazer dos artesãos permanecem no tempo, enaltecendo uma cultura e património inigualáveis, como o chocalho, a olaria, a tapeçaria e as técnicas de conservação de alimentos, como a que dá origem à inigualável pera passa.