Com a publicação, em 16 de Novembro de 1936, no então Diário do Governo, do Decreto Lei n.º 27207, o Ministério da Agricultura iniciava a uma ampla reforma das suas estruturas, com o objectivo supremo, conforme ali se pode ler, de “tornar o Ministério da Agricultura no instrumento de progresso de que o País carece…”.
Para além de um conjunto de reformas das instituições existentes, nomeadamente a nível central, aquele diploma pretendia descentralizar alguns serviços e concretizar a divisão do país em regiões, “...tendo em conta a sua feição agrícola, as facilidades de transporte e outros factores…”, criando, para tal, quinze regiões, que seriam dotadas de “estações agrárias”, cujas funções principais passariam por “executar planos de fomento e assistência técnica; proceder a estudos, ensaios, experimentação e demonstração de culturas; contribuir para a formação profissional dos trabalhadores da região e, responder a consultas”.
Não obstante aquele desiderato e provavelmente por razões de ordem económica, cuja existência o legislador já referia no preâmbulo do decreto, o certo é que, no imediato, só passaram a existir duas estações agrárias: a do Porto, correspondente à II Região Agrícola, e que, aliás, já possuía essa designação na estrutura anterior, e a de Viseu, referente à VI Região Agrícola, gerada a partir da transformação do Posto Agrário, que havia sido criado em 1913.
Dando cumprimento ao disposto no art.º 76.º daquele Decreto-Lei, a Estação Agrária de Viseu passou, então, a dispor de duas secções: uma dedicada a estudos e ensaios, e outra a fomento e assistência técnica.
Relativamente ao fomento e à assistência técnica, sobressaíram, entre outras, as acções que visaram o apoio às explorações agrícolas, tais como as campanhas para o aumento da produção frutícola através da plantação de novos pomares e do recurso aos tratamentos fitossanitários, a melhoria da fertilidade dos solos, a instalação de prados e pastagens e a utilização de sementes de milhos híbridos.
Quanto aos trabalhos de carácter experimental, que, segundo o espírito do legislador, “não deveriam ser realizados com fins de alta especulação cientifica, mas orientados no sentido da resolução dos diferentes problemas que a exploração agrícola vai suscitando”, salientamos os relacionados com as pastagens e forragens e com as culturas da macieira, da batata e do milho.
Porque assumiu papel de relevante importância a nível nacional, é justo realçar o trabalho pioneiro realizado pelo Núcleo de Melhoramento de Milho, chefiado pelo Eng.º Norberto Cardoso de Menezes, e que, durante longos anos, se dedicou à recolha e conservação de variedades regionais, base essencial para a criação de linhas híbridas mais produtivas e adaptadas às condições edafoclimáticas da região e de outras do país, com características semelhantes.
Perante a importância económica da vinha e do vinho, a vitivinicultura mereceu também uma particular atenção experimental realizada na Quinta da Cale, em Nelas, que, posteriormente havia de dar origem ao Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão.
Por forma a acompanhar a evolução técnica e a necessidade de, atempadamente, informar os agricultores, foi instalado, em 1977, a Estação de Avisos do Dão que, com base nos elementos recolhidos nos postos de observação, passou a emitir avisos regulares, primeiro por via postal e, mais recentemente, também por SMS, destinados ao aconselhamento sobre as formas e métodos mais eficazes de combate às pragas e doenças das vinhas, macieiras e olival.
Assumindo uma vez mais o estatuto de pioneira, a Estação Agrária de Viseu, durante o período de 1978 a 1985, foi a sede de um projecto piloto de extensão rural, planificado ao nível da freguesia e orientado para a resolução dos problemas inerentes às explorações agrícolas, aos jovens e às comunidades rurais.
Por força das alterações decorrentes do êxodo rural e da entrada de Portugal na União Europeia, assistimos a uma diminuição do tecido empresarial agrícola e à tendência para a especialização das explorações agrícolas sobreviventes. Perante este cenário e porque os meios humanos e materiais foram reduzidos, as funções experimentais mereceram, também, uma reorientação, tendo sido direccionadas para as culturas da macieira, aveleira, oliveira e castanheiro, com a particularidade de serem praticadas em modo de produção integrada e em modo e produção biológico, que, no caso das macieiras tem por base as variedades regionais.
Se comemorar um aniversário é sempre motivo de regozijo, festejar setenta e cinco anos de existência ao serviço da agricultura regional e nacional, constitui um momento que tem de ser marcado de forma indelével. E porque a produção e a difusão do conhecimento técnico foram, e sempre serão, as razões de ser de uma instituição deste cariz, perspectivamos organizar, para além das acções de divulgação distribuídas ao longo do ano, um Dia Aberto em que os agricultores serão convidados a desfrutar da oportunidade de ver “in loco” todos os ensaios e trabalhos que estamos a realizar nas diferentes culturas, e realizar um Seminário em que serão debatidos os temas técnicos e de politica frutícola de maior interesse para a região.
Por último a manifestação de um desejo de todos quantos, por qualquer forma ou modo, estão ligados à Estação Agrária de Viseu: que com o nosso desempenho possamos honrar a memória dos que nos antecederam, e legar aos vindouros uma Instituição mais activa e prestigiada.
A Estação Agrária de Viseu, que este ano comemora o seu 75.º Aniversário, é um serviço da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, que tem como principal objectivo a realização de ensaios que permitem avaliar práticas e técnicas que, se se revelarem importantes, serão posteriormente transmitidas aos agricultores.
Porque a produção e a difusão do conhecimento técnico foram, e sempre serão, as razões de ser duma instituição deste cariz, entendemos convidar os agricultores para, “in loco”, observarem os trabalhos que estamos a realizar, assinalando assim e de forma indelével, uma data tão importante.
Embora seja vasta a acção experimental que se tem vindo a desenvolver, alguns ensaios têm merecido uma particular atenção, salientando-se os relacionados com as variedades regionais, e em especial com a Bravo, as “novas” variedades de macieira, a utilização de porta enxertos menos vigorosos, a prevenção do “escaldão” em macieiras da variedade Fuji e a monda de frutos, etc.
Uma vez que a diminuição dos impactos ambientais assume uma importância crescente, não podíamos descurar também o estudo das tecnologias utilizadas no Modo de Produção Biológico, estando em curso ensaios nas culturas da macieira, oliveira, castanheiro e aveleira.
O cumprimento das novas normas relativas ao aprovisionamento e aplicação dos produtos fitofarmacêuticos, tem merecido também a nossa atenção, concretizada na melhoria das condições de armazenamento, com base na recuperação de instalações já existentes.
É, pois, neste contexto e com o objectivo de divulgar os resultados obtidos, que convidamos V.Ex.ª para participar neste Dia Aberto.
30 de Junho de 2011, a partir das 8h30
TEMAS DO DIA ABERTO (ESTAÇÕES)
Senhor Agricultor:
As inovações tecnológicas só são importantes quando, colocadas ao serviço dos seus utilizadores, potenciarem o desenvolvimento duma determinada actividade.
Na Estação Agrária de Viseu estudamos e experimentamos as novas tecnologias que, respeitando o ambiente e a saúde do consumidor, ofereçam mais-valias aos agentes produtivos. Não hesite em consultar-nos. A sua opinião é importante para o desenvolvimento do nosso trabalho.
HONRE-NOS COM A SUA PRESENÇA. SEJA BEM-VINDO À ESTAÇÃO AGRÁRIA DE VISEU
Consulte também a página dos 75 anos da Estação Agrária de Viseu.
Para mais informação sobre esta iniciativa, contacte:
DRAP Centro - Estação Agrária de Viseu
Quinta do Fontelo - 3504-504 VISEU
Telefone: 232 467 238
E-mail: eaviseu@drapc.gov.pt
SEMINÁRIO "75º ANIVERSÁRIO DA ESTAÇÃO AGRÁRIA DE VISEU"
Aula Magna do INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU
30 de Novembro de 2011
Com a publicação, em 16 de Novembro de 1936, no então Diário do Governo, do Decreto Lei n.º 27207, o Ministério da Agricultura iniciava uma ampla reforma das suas estruturas, com o objectivo supremo, conforme ali se pode ler, de “tornar o Ministério da Agricultura no instrumento de progresso de que o País carece…”, dividindo o país em quinze regiões, que seriam dotadas de “estações agrárias”, e cujas funções principais passariam por “executar planos de fomento e assistência técnica…”
Não obstante aquele desiderato, no imediato, só passaram a existir duas estações agrárias: a do Porto, correspondente à II Região Agrícola, e a de Viseu, referente à VI Região Agrícola, gerada a partir da transformação do Posto Agrário, que havia sido criado em 1913.
Reflectindo o princípio de que a agricultura regional só se poderia desenvolver se as explorações agrícolas dispusessem duma assistência técnica capacitada e validada pela experimentação local, a Estação Agrária de Viseu passou a dispor de duas secções: uma de fomento e apoio às explorações agrícolas, e outra de experimentação, cujos trabalhos “não deveriam ser realizados com fins de alta especulação cientifica, mas orientados no sentido da resolução dos diferentes problemas que a exploração agrícola vai suscitando…”
Após vários anos em que os produtores se dedicaram a múltiplas culturas, por força das alterações socio-económicas decorrentes da entrada de Portugal na União Europeia, assistimos a uma diminuição do tecido empresarial agrícola e à tendência para a especialização das explorações agrícolas sobreviventes, razão pela qual as funções experimentais da Estação Agrária de Viseu foram igualmente reorientadas para as diferentes vertentes das culturas da macieira, aveleira, oliveira e castanheiro.
Face à incessante procura de produzir mais, melhor e a menor preço, e perante a permanente evolução tecnológica, tem sido nosso objectivo o estabelecimento de contactos com instituições similares e outras organizações, que nos facultam informação e meios para a realização de idênticos ensaios, cuja adaptação, às nossas condições edafoclimáticas, é necessário aferir. Os protocolos que a DRAP Centro já estabeleceu, nomeadamente com viveiristas, e com empresas ligadas à produção e comercialização de produtos fitofármacos, são exemplos da estratégia que temos seguido.
Porque a produção e a difusão do conhecimento técnico foram, e sempre serão, as razões de ser desta instituição, entendemos que a melhor forma de homenagearmos o passado e perspectivarmos o futuro, passaria pela realização de eventos que mostrassem a forma como trabalhamos e os resultados que obtemos.Neste contexto, e depois do sucesso alcançado com a realização do Dia Aberto em que mais de duzentos agricultores desfrutaram da oportunidade de ver “in loco” todos os ensaios que temos em execução, vai realizar-se, no dia 30 de Novembro, o Seminário, em que serão debatidos temas que consideramos de relevante importância para a fruticultura regional, como a experimentação, a intensificação cultural, a inovação varietal e a comercialização.
Hora | Acção |
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8h30 | Recepção dos participantes |
9h30 | Sessão de abertura
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Painel EXPERIMENTAÇÃO/PRODUÇÃO Moderador Eng.º José Santos (DRAP Centro) | |
10h00 | A experimentação da Estação Agrária de Viseu ao serviço da fruticultura regional - Eng.º Vítor Barros (INRB-IP) |
10h30 | Intensificação como factor de competitividade dos pomares de macieira - Eng.º Rui Maia de Sousa (INRB-IP) |
11h00 | Coffee Break e sessão de painéis das empresas patrocinadoras |
11h30 | Debate |
12h30 | Almoço (Solar do Vinho do Dão) |
Painel INOVAÇÃOVARIETAL/COMERCIALIZAÇÃO Moderador: Eng.º Tojal Rebelo (SOMA) | |
14h30 | A inovação varietal como factor de competitividade. As novas variedades. A experiência do Consórcio de Inovação Varietal da Província de Bolzano (Itália) - Dr. Kurt Werth (Presidente do Consórcio de Inovação Varietal da Província de Bolzano) |
15h00 | PORTUGAL FRESH – sua importância e objectivos - Eng.º Manuel Évora, Presidente do Portugal Fresh |
15h30 | Debate |
16h00 | Sessão de Encerramento, com a presença da Senhora Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (a confirmar) |
17h00 | Visita à Estação Agrária de Viseu e descerramento de placa comemorativa da efeméride |
18h00 | Dão de Honra (Solar do Vinho do Dão) |
Inscrições:
DRAP Centro - ESTAÇÃO AGRÁRIA DE VISEU
Quinta do Fontelo 3504-504 VISEU
Tel.: 232 467 220 Extensão 218 (Fernanda Rodrigues)
E-mail: eaviseu@drapc.gov.pt ou eav75anos@gmail.com
download da ficha de inscrição
DATA LIMITE DE INSCRIÇÃO: 23 de Novembro de 2011
Sendo limitado o número de lugares, a aceitação da inscrição está condicionada à sua recepção, impreterivelmente, até à data acima mencionada, sendo as inscrições aceites por ordem de chegada.
ORGANIZAÇÃO
DRAP Centro - Direcção de Serviços de Agricultura e Pescas